sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O lado B do rock progressivo - The Nice, Pink Floyd, Gentle Giant & outros




Pink Floyd à época de um dos seus discos mais importantes e badalados: "The Dark Side of the Moon". Formação clássica: Richard Whright,  David Gilmour, Nick Mason e Roger Waters. 


 Ex-tecladista do The Nice, Keith Emerson, tocando um moog, um teclado com sintetizadores.

No final dos anos 60, a banda The Nice fez insurgir, juntamente com os Beatles e o Pink Floyd, o nascimento do rock progressivo. Comandado pelo tecladista Keith Emerson, que mais tarde faria parte do trio progressista Emerson, Lake and Palmer, o The Nice lançou no final dos anos 60 o álbum The Thoughts of Emerlist Davjack, sendo considerado o primeiro disco de rock progressivo, abrangendo uma discussão que não tem fim sobre quem foi “o primeiro filho do prog rock”. Formada em 1967, a banda encerrou em 1971, tendo lançado 5 álbuns que praticamente ficaram esquecidos no limbo.

No meio do caminho, a exemplo do The Nice, muitas bandas “murcharam”, apesar de possuírem um trabalho musical de boa qualidade, mas que, ao passar do tempo, se tornaram insólitas. E no caso do The Nice há o agravante de que o grupo foi um dos fundadores do prog. Outro motivo que fez grupos progressistas serem comumente citadas como bandas sem muita evidência no cenário musical foi a pretensa ambição de galgar níveis estratosféricos da música, ou seja, o tiro saiu pela culatra e esses grupos, ao invés de angariar fãs, afastaram-nos ainda mais. 

            A banda Gentle Giant, formada nos anos 70 pelos irmãos Derek e Ray Shulman, tinha como principal proposta “expandir as fronteiras da música popular contemporânea, com o risco de se tornar muito impopular”. Com isso, o grupo já profetizava que sua ambição de tornar o rock complexo e erudito demais afastaria muitos ouvintes e daria lugar a uma música elitista, a qual poucos fãs ouviriam e distinguiriam os elementos fundamentais do som produzido pela trupe dos irmãos Shulman. Fato é que a pretensão do Gentle Giant era tamanha que a banda utilizou mais de 20 instrumentos para compor o álbum Acquiring the Taste.

Em contrapartida, o Pink Floyd tornava o rock progressivo mais acessível. Dentro do prog, é inegável que o Pink Floyd é a banda mais popular do gênero. Segundo o jornalista John Harris, autor do livro The Dark Side of the Moon, os bastidores da obra-prima do Pink Floyd, a ideia de simplificar o som da banda, partiu principalmente do guitarrista David Gilmour, que alertara o baixista e vocalista Roger Waters durante a gravação do álbum que as letras da banda possuíam indiretas demais e que aquele era o momento de ir direto ao ponto. Resultado: The Dark Side of the Moon figurou por mais de 700 semanas no top 200 da Billboard e já vendeu mais de 30 milhões de cópias nos quatro cantos do planeta. 

            Um fato curioso é que, a exemplo do Gentle Giant, algumas bandas progs foram perdendo certa visibilidade no meio musical, o que não significa que tais grupos não sejam famosos, apenas não tiveram o mesmo êxito que outras bandas mais populares dentro do gênero, como, por exemplo, Pink Floyd, Genesis, Jethro Tull e Rush. Só mesmo sendo fã de rock progressivo (fã que é fã acaba se aprofundando no estilo musical que gosta) para ter conhecimento de fantásticos grupos progs como o já citado Gentle Giant, além de Camel, Eloy, Van der Graaf Generator, Triumvirat, Nektar, Soft Machine e Colosseum (essas duas últimas com forte sonoridade jazzística). E há ainda bandas que não são necessariamente progs, mas que de certa forma beberam um pouco da fonte do rock progressivo e que merecem ser ouvidas, como Epitaph, Iron Butterfly e Andromeda. No caso dessas bandas, a influência do rock progressivo é um tanto sutil.

No caso do Focus e do King Crimson, por exemplo, já é difícil enquadrá-los como grupos que não tiveram notoriedade. Indo direto ao ponto: o Pink Floyd projetou uma sombra enorme sobre as outras bandas de rock progressivo. Os leigos no assunto certamente questionarão: o que é o rock progressivo além do Pink Floyd? Porém, é certo que isso ocorre em qualquer estilo musical. É inegável que o Pink Floyd é uma grande banda, uma das melhores do gênero, mas o prog é muito mais rico do que se imagina, e está além das maravilhas audiovisuais da banda. Inclusive, pouco se fala do rock progressivo fora do eixo composto por Inglaterra e Estados Unidos. Na Itália, por exemplo, grupos como Premiata Forneria Marconi, Banco del Mutuo Soccorso, Acqua Fragile, Quella Vecchia Locanda, De De Lind, Maxophone, Biglietto per l'Inferno, Buono Vecchio Charlie e Museo Rosenbach são verdadeiras pérolas do prog rock. 

Autor: Gary Moore


The Nice - America
Pink Floyd - Comfortably Numb (the "The Wall", outro dos discos mais importantes de sua carreira.)
King Crimson - Epitaph 
Gentle Giant - Funny Ways

11 comentários:

Anônimo disse...

Valeu pela postagem. É legal divulgar bandas do rock progressivo que são fantásticas mas pouco conhecidadas. Valeu!

Lilly disse...

Valeu você nos mandar esta matéria tão incrível. Seja muito bem vindo no nosso blog e que possamos publicar mais e mais postagens tuas.

Beijão!

Unknown disse...

Ae camarada Gary, mto maneira a tua estreia aqui neste blog incrível..... Bem ao nível do espaço..... dá pra ver que vc entende do riscado.

Rock progressivo e Pink Floyd eh tudo!!!.... Gosto tb das outras bandas, mas confesso que naum sou um erudito, inclusive minha praia mesmo eh heavy metal com influências árabes..........

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Opa, valeu, Roni \o/ Sobre a sonoridade árabe, o prog também tal influência, os Beatles por exemplo trouxeram essa sonoridade pro Sgt Peppers, que é um dos discos fundadores do rock progressivo. O legal do prog é justamente essa multiplicidade rítmica e sonora.

Anônimo disse...

fui apresentada por Gary Moore ao prog... [olha eu cheia de intimidade com o estilo... rs]

mas, apesar de ter ouvido muitos anos antes, só agora prestei atenção ao prog, e venho aprendendo muito com esse encantador guitarrista Gary Moore.

dentro desse estilo já até fizemos algumas cancões em parceria... surpreendente como é sutil a apaixonante e atraente sonoridade de suas harmonias... posso dizer que viciei no estilo.

parabéns ao jornalista que desponta , escrevendo sobre o que mais gosta...

sucesso!


RMFilho disse...

O Progressivo foi um dos ramos que brotaram da árvore do rock, em tempos de fertilidade e prosperidade musical. Criado por músicos com formação jazzística ou erudita, mas com os pés, mãos e mentes no rock, tinha por características a extensão das músicas, o solos instrumentais, o colorido harmônico, o experimentalismo e o tecnologismo musical. O resultado era mágico e "viajante". Mr. Moore foi muito feliz nas sua explanação a respeito. Porém, senti falta de algumas referências, como Renaissance, Alan Parsons Project e os "individuals" Vangelis e Kitaro. De resto, muita saudade da bolacha girando junto com os sonhos...

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

As belas letras da Afrodite encaixaram-se perfeitamente no meu som progressivo, agradeço a ela por ter acreditado nas minhas músicas rs Em especial, gosto dessa música, fruto de nossa parceria: http://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/51269

RMFilho, são tantas as bandas progressistas que de fato é uma injustiça não citá-las, como o Hawkwind por exemplo. Eu ainda não ouvi Renaissance, mas vou baixar a discografia aqui. Valeu

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