quinta-feira, 27 de junho de 2013

Crítica e representação da Guerra do Vietnã no rock dos anos 1960




A década de 1960 nos Estados Unidos foi marcada por acontecimentos drásticos que teriam grande repercussão no presente e no futuro do país e do mundo. Junto a tais fatos, e de extrema importância para o historiador, também merece destaque a relação de afrontas e respostas estabelecidas entre pensamentos culturais conflitantes. Mais do que um conflito ideológico – característico da Guerra Fria – era o conflito geracional um dos fatores da discórdia interna aos Estados Unidos. Com o advento da Guerra do Vietnã, bem como do movimento pelos direitos civis, do feminismo, do movimento gay entre outros, a juventude evidentemente vivia em um contexto social e político de ampla contestação, para se falar o mínimo.

Com a chegada de Lyndon Johnson à presidência em 1963, o país viu uma intensificação do conflito com o Vietnã. Embora não fosse uma guerra declarada oficialmente, o envio crescente de tropas para o Sudeste Asiático não deixava dúvidas da direção tomada. Nos Estados Unidos, a imagem de uma guerra injustificada e desnecessária tinha suas representações e contestações, fosse nos meios políticos, acadêmicos, midiáticos ou culturais. Pela primeira vez desde a Guerra Civil, o país se encontrava seriamente dividido.

Neste trabalho, vamos nos ater às representações do conflito do Vietnã no meio musical. Para tanto, utilizaremos canções que abordam a questão de maneira plural, e em ocasiões diferentes, como no festival de Woodstock. Como destacou Roberto Muggiati, o recente envolvimento social da música se refletia, mais do que nunca, na ação política, o que de certa forma traçava laços com diferentes movimentos de protesto. Dessa forma, analisar a música de protesto contra a guerra em vigência significa, em uma perspectiva mais ampla, estudar manifestações de cunho político que não raro serviram como o grito de uma geração.
Para tanto, utilizaremos o rock da década de 1960 para traçar as várias facetas da representação do conflito no Vietnã. 

Os grupos, como ressaltou Paul Friedlander, atravessavam um processo de amadurecimento musical, inovação criativa e aumento do sucesso comercial , o que teria certamente contribuído para que os jovens passassem a dar mais atenção ao gênero, sem que deixassem de ouvir o tão querido folk. Este, no entanto, não será analisado neste trabalho, porém, não se pode minimizar a importância que Bob Dylan e Joan Baez tiveram na politização das letras e poesias.

Com o objetivo de demonstrar a variedade de músicas e de manifestações, utilizaremos aqui os exemplos de John Lennon e seu bed-in realizado em 1969, que resultou na canção "Give Peace a Chance"; a crítica do Creedence Clearwater Revival sobre o recrutamento em "Fortunate Son"; o papel político de Woodstock e as apresentações de Country Joe Mcdonald com "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag" e de Jimi Hendrix com "The Star-Spangled Banner" e, em outra ocasião com "Machine Gun".

O bed-in de John Lennon

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Em março de 1969, John Lennon e Yoko Ono casaram-se. Sabendo da repercussão que isto geraria na mídia, o casal decidiu fazer dois bed-ins a fim de promover a paz mundial e o fim da guerra. A primeira semana do bed-in teve lugar em Amsterdã, e repórteres do mundo todo poderiam entrar no quarto de hotel onde estavam das 9 da manhã às 9 da noite. Eventos relacionados a este primeiro protesto foram registrados na canção "The Ballad of John and Yoko", gravada pelos Beatles no mesmo ano.Em maio de 1969, ocorreu o segundo bed-in, em Montreal, no Canadá. John Lennon, cada vez mais politizado, convidou para o quarto personalidades famosas à época, como Timothy Leary, Allen Ginsberg, Tommy Smothers e Dick Gregory para a gravação de uma música.

 O resultado foi "Give Peace a Chance".
A música possuía uma estrutura rítmica e melódica simples, feita com dois violões acústicos e percussão em portas, janelas e no que mais fizesse som. A letra, relacionada a temas e pessoas que estavam em evidência à época, contava com um refrão que se tornaria o grito dos pacifistas. Contrariamente aos assuntos que as pessoas falavam, tudo o que aqueles desejavam era uma chance à paz.

De acordo com John Lennon, "No fundo do meu coração, eu queria escrever alguma coisa que superasse 'We Shall Overcome'. Eu não sei porque. Aquela que todos cantariam, e eu pensei, ‘Por que ninguém escreve alguma coisa para as pessoas agora? Este é o meu trabalho e o nosso trabalho.’"
John Lennon, como ressaltou Roberto Muggiati, havia rejeitado todas as crenças psicodélicas dos anos anteriores, assumindo uma posição decididamente política.

"We Shall Overcome" era a canção tradicional de protesto, popularizada no início do século XX. Lennon buscava um novo hino para demonstrações de protesto, conseguindo o que queria em novembro de 1969. Neste mês, ocorreu o Moratorium to End the War in Vietnam, reunião nacional de mais de 500 mil pessoas em Washington, com a intenção de protestar contra a Guerra. Uma das músicas entoadas era "Give Peace a Chance", cuja mensagem era clara e objetiva, e seu autor uma das personalidades mais queridas pelo movimento pacifista.

A crítica do Creedence Clearwater Revival sobre o recrutamento

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Em 1969, o Creedence Clearwater Revival deixou sua marca de protesto. Um mês após Woodstock, a banda lançou "Fortunate Son", uma canção que questionava o porquê de certas pessoas não serem convocadas para a guerra. John Fogerty e Doug Clifford, vocalista e baterista, respectivamente, haviam servido o Exército de 1966 a 1967. Paralelamente, Fogerty percebeu que algumas pessoas ligadas a poderosos estavam conseguindo escapar do alistamento obrigatório. "Julie Nixon [filha do presidente Nixon] estava saindo com David Eisenhower [neto do ex-presidente Eisenhower], e você tinha a impressão de que nenhuma destas pessoas estariam envolvidas na guerra. Em 1969, a maioria do país acreditava que o moral estava alto entre as tropas, e por volta de 80% deles eram a favor da guerra. Mas para alguns de nós que estávamos observando mais de perto, nós sabíamos que estávamos indo em direção de problemas."
A canção, dessa forma, é cantada do ponto de vista de um soldado que não é o filho de nenhum senador, milionário ou líder militar, ou seja, não é um “filho afortunado”.

Yeh, some folks inherit star spangled eyes,
ooh, they send you down to war, Lord,
And when you ask them, how much should we give,
oh, they only answer, more, more, more, oh,

It ain't me, it ain't me,
I ain't no military son,
It ain't me, it ain't me,
I ain't no fortunate one.


Apesar de ser contrária à guerra, a música punha-se favorável aos soldados que lutavam no Vietnã. Como Fogerty e Clifford, assim como a maioria dos fãs do Creedence Clearwater Revival, muitos dos combatentes vinham da classe trabalhadora e da classe média. Sua presença no conflito se devia, dentre outros motivos, por não possuírem contatos que permitissem que levassem uma vida normal nos Estados Unidos.

O papel político de Woodstock

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Não é raro dissociar Woodstock de qualquer atribuição política no cenário dos anos 60. Tal desvinculação pode ser causada por dois erros cumulativos que perpassam décadas no imaginário social. O primeiro equívoco reside na consideração do movimento hippie como desraigado de prerrogativas políticas. Desta forma, este seria visto e lembrado mais pelo drop out do sistema e pela ausência de propostas políticas perante o turbulento contexto dos Estados Unidos. Uma vez traçado este perfil aparente sobre o movimento hippie, caracterizá-lo como o público majoritário de Woodstock nos leva ao segundo equívoco.

Embora não haja dados exatos sobre o público naqueles três dias, estima-se que grande parte dos presentes era formada por jovens da classe média – universitários e trabalhadores. Em outras palavras, por mais que se considere o vazio político dos hippies, o público era formado por estudantes e jovens cônscios e críticos das agitações internas e externas ao país. Assim, podemos questionar o “teor apolítico” do festival. O debate, contudo, permanece até hoje, como é visto nas entrevistas conduzidas por Pete Fornatale com estudiosos do tema. Segundo Bob Santelli, "De modo geral, Woodstock não foi sobre política. 

Não foi sobre o que estava acontecendo no mundo, as coisas ruins. Foi sobre a criação de um novo mundo, uma nova identidade, uma nova nação, esta Nação Woodstock. Não foi sobre tentar resolver a Guerra do Vietnã ou sobre se manifestar e mandar uma tremenda mensagem ao mundo careta e ao governo americano de que queríamos que a guerra parasse."
Já para Stan Schnier, "(...) Woodstock é sobre a Guerra do Vietnã. Aconteceu numa época em que toda uma geração de jovens estava traumatizada pela guerra. 

Havia o alistamento obrigatório. (...) A velha geração era a favor dos militares. Mas eu vim de uma cultura onde nossos pais eram da Segunda Guerra Mundial, todos lutaram a boa guerra, uma guerra justificável. A idéia de o país ir à guerra era positiva na mente deles. Os mais velhos não questionavam, só os jovens. (...) Então a música era apenas um reflexo disso. Ela não veio primeiro, foi como um efeito posterior. O que um bando de jovens assustados fazem se vivem num ambiente em que seus pais não os compreendem?"

Pelos relatos, é possível perceber a diferença de visões sobre o conteúdo político de Woodstock. O critério central para a definição gira em torno da Guerra do Vietnã, e enquanto Santelli trata da criação da identidade da “Nação Woodstock” exclusivamente, Schnier trata o festival como fruto da identificação de jovens que se reconheciam pelo trauma da guerra e pelas imposições do sistema, sendo assim, de bases políticas.
Por outro lado, ainda que se defenda o descompromisso político de Woodstock, é evidente que isto não impedia manifestações políticas dos artistas. Desta forma, apresentações como a de Country Joe Mcdonald, do Jefferson Airplane e de Jimi Hendrix, por exemplo, apelavam para a crítica política por meio da música, como será evidenciado a seguir.

A contraposição de valores na música de Country Joe Mcdonald

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Joe Mcdonald era um veterano da Guerra do Vietnã que havia tido baixa da Marinha recentemente e se mudara para São Francisco em 1965. O cantor estava escalado para o terceiro dia de Woodstock, junto com sua banda, The Fish, porém, em meio à desorganização do festival, foi convidado a iniciar sua carreira solo sendo o terceiro artista a se apresentar na tarde de sexta-feira. Com cabelos longos e munido de um casaco do Exército, Joe Mcdonald evidenciava sua história por meio da contraposição de valores opostos à sua época.

Ao final de sua apresentação, Country Joe toca sua última música, "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag". A maior parte das canções sobre a guerra e o Vietnã era compreensivelmente sombrias e soturnas. Em geral, apresentavam uma repulsa visceral à idéia de um conflito armado, à morte e aos ferimentos de soldados e civis. Por outro lado, a canção de Country Joe é inovadora ao ser carregada de ironia e ter uma levada alegre. Seu divertido refrão logo se espalhou pelos Estados Unidos e virou grito de (anti-) guerra dos jovens.

And it's one, two, three,
What are we fighting for ?
Don't ask me, I don't give a damn,
Next stop is Vietnam;

And it's five, six, seven,
Open up the pearly gates,
Well there ain't no time to wonder why,
Whoopee! we're all gonna die.


Em um ritmo com características folk, "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag" punha em questão o porquê da guerra, satirizando as atitudes do governo perante o Vietnã. Contudo, apesar da aparente animação, a ironia torna-se cruel e provocativa na última estrofe da música.

Well, come on mothers throughout the land,
Pack your boys off to Vietnam.
Come on fathers, don't hesitate,
Send 'em off before it's too late.
Be the first one on your block
To have your boy come home in a box.


Os últimos versos adotavam uma postura contrária às canções habituais de protesto, geralmente pautadas na mensagem de “precisamos de paz”. Country Joe, por sua vez, conclama os pais a enviarem os seus filhos para o Vietnã e serem os primeiros do quarteirão a receber o filho de volta num caixão. Com o crescente número de mortos no conflito e com o alistamento militar obrigatório, a guerra estava no seu auge. A música de Country Joe, paralelamente, fazia também uma defesa dos veteranos que haviam servido no conflito, uma vez que certos setores da sociedade americana retaliavam os fracassos. Assim, o músico conseguiu reunir várias emoções sobre a turbulência política e social do período e expressá-las de maneira criativa em uma música que, quando executada em Woodstock, obteve resposta positiva do público e representou um dos momentos políticos do festival.

O hino deturpado de Jimi Hendrix em Woodstock

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Embora não estivesse previamente definido, Jimi Hendrix foi escalado para fechar Woodstock, num show que ocorreu na manhã de segunda-feira, quando apenas 10% do público máximo do festival, estima-se, estava presente. Dessa forma, por volta de 40 mil pessoas – número expressivo para os padrões da época – ainda estavam na fazenda de Max Yasgur para assistir o derradeiro show. Ao final da primeira parte da apresentação de Jimi Hendrix, o guitarrista iniciou uma versão de uma música que não fora combinada com o restante da banda, mas que havia sido ensaiada previamente por Hendrix sozinho.

A canção era o hino "The Star-Spangled Banner", que recebeu uma releitura perversa aos olhos mais conservadores dos valores norte-americanos. Sem a letra, Hendrix recria o hino dos Estados Unidos adicionando, com efeitos da guitarra, barulhos de bombas, metralhadores, sirenes, aviões e todo o caos representativo da guerra.
Segundo Ellen Sander, "Senti que o patriotismo estava sendo redefinido. A frase não tinha sido pronunciada ainda, mas a noção de Nação Woodstock já estava presente. Foi um testamento incrível da alma dele, da alma em si e da alma do país."
Para Billy Altman, "O 'Star-spangled banner' encheu o ar. Parecia a Guerra do Vietnã. Soava como um tiroteio, como helicópteros, como metralhadoras. Ele pegou a canção e fez algo que ninguém nunca julgou possível com o hino nacional. Ele o fez soar como tudo que estava acontecendo no nosso país e em volta do mundo no momento."

Seja visto como profano ou profundo, Hendrix acabou por criar um retrato do contexto político do final dos anos 60. O hino começava de forma patrioticamente correta, porém, o meio era permeado pelos citados barulhos e simbolismos, voltando, no fim, à melodia da música. Desta maneira, o guitarrista não só remetia ao Vietnã, mas também à história dos Estados Unidos como um todo, marcada pelas guerras. A performance de Hendrix no último show de Woodstock permanece como uma das maiores lembranças dos três dias do festival: o hino deturpado, como uma de suas manifestações políticas.

Jimi Hedrix retrata a guerra em uma nova faixa

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Pouco mais de um mês depois de Woodstock, Jimi Hendrix lançaria uma música que novamente retratava a guerra no instrumental, mas que agora continha uma letra, também sobre o conflito. "Machine Gun" possuía um riff em que o baixo, a bateria e a guitarra atuavam juntos na tentativa de simular o barulho de uma metralhadora disparando. A canção nunca fora gravada em estúdio, e sua letra variava nos shows, apesar de seguir uma linha geral da representação do ponto de vista de um soldado lutando na guerra.        

Machine gun, yeah
Tearing my body all apart

Evil man make me kill ya
Evil man make you kill me
Evil man make me kill you
Even though we’re only families apart


A música culpa os “homens malvados” dos governos por forçarem os soldados a terem que matar uns aos outros, ainda que sejam apenas de famílias separadas. A igualdade entre os povos é ressaltada, em detrimento de posicionamentos políticos e ideológicos. Ao final da música, no álbum ao vivo Band of Gypsys, Hendrix reforça sua mensagem

Yeah, that’s what we don’t wanna hear anymore, alright?
(No bullets)
At least here, huh huh
(No guns, no bombs)
Huh huh
(No nothin’, just let’s all live and live)
(You know, instead of killin’)

Apesar do pedido de Hendrix pelo fim das balas, armas e bombas, a Guerra do Vietnã ainda traria milhares de mortes pelos próximos quatro anos.

Conclusão

Pela análise das músicas citadas, por fim, podemos notar a multiplicidade de assuntos que giram em torno do tema principal da Guerra do Vietnã. As canções estudadas, talvez com a exceção de "Give Peace a Chance", fogem da crítica simples na fórmula do “parem a guerra” ou “precisamos de paz”. Pelo contrário: a criatividade das letras, e no caso de Jimi Hendrix, também no instrumental, refletiam pensamentos mais aprofundados sobre o que estava acontecendo.

John Lennon fez sua crítica ao comportamento da sociedade, preocupada com assuntos diversos, mas surda quanto ao pedido por paz. John Fogerty e o Creedence Clearwater Revival atacaram o privilégio de certas pessoas em não serem chamadas para servir no conflito por terem contatos influentes. Country Joe Mcdonald, por sua vez, foi ácido e irônico ao convidar os pais de jovens a enviarem seus filhos para a guerra e serem os primeiros a recebê-los de volta num caixão.

Jimi Hendrix fez uma apresentação sublime e profana do hino nacional norte-americano confundindo-o com barulhos da guerra, pervertendo um dos símbolos da história dos Estados Unidos. Com "Machine Gun", o guitarrista seria mais direto em sua crítica, colocando a culpa em homens maléficos que provocam a morte entre famílias separadas pela distância.

Dessa forma, é possível perceber como a música, e mais especificamente o rock, contribuíram para a crítica política no contexto dos Estados Unidos nos anos 60. Fosse aproveitando-se da fama para passar uma mensagem, fosse utilizando-se de momentos específicos para realizar uma crítica, os músicos mostravam sua atenção com o que ocorria no mundo, contrariando a imagem de uma juventude desraigada politicamente que se limitava ao estereótipo de sexo, drogas e rock and roll.

                                                                                                  Por Marlon Sérgio


Fonte: Crítica e representação da Guerra do Vietnã no rock dos anos 1960 http://whiplash.net/materias/biografias/099509-jimihendrix.html#ixzz2XTc4Gz8C

 

                                         Imagine - John Lennon (Legendado) Excellent !!!

                                              

                                                 John Lennon - Give Peace a Chance 1

                                                  

                                                    Jimi Hendrix  - "Machine Gun"

 
                                           

                                   Country Joe McDonald: Feel Like I'm Fixin' to Die Rag


quarta-feira, 26 de junho de 2013

Scorpions - Rock 'n Roll alemão de primeira grandeza

Antes desse breve relato da história de uma das mais completas bandas de Rock do mundo, gostaria de deixar minha opinião pessoal, talvez vá além, eu diria que trata-se de uma concepção de um Rock 'n Roll que, apesar de ter surgido fora do eixo anglo-saxônico, conseguiu notoriedade, o respeito da crítica e fãs de todo o mundo. Scorpions faz com a maestria que poucos conseguem a mistura do heavy metal, hard rock, melódico com nuances do rock psicodélico. Tem dezenas de sucessos dos mais gratificantes de se ouvir, com o timbre inconfundível de Klaus Meine e dos mais belos do mundo do rock, com vocal, arranjos, letras e harmonias fantásticos, alternando ou misturando uma instrumentação do rock clássico com o apoio de orquestras e do rock tradicional. SALVE SCORPIONS!!!

Na Alemanha ocidental em 1965 os irmãos e guitarristas Michael Schenker e Rudolf Schenker decidem formar uma banda com os amigos Klaus Meine (Vocalista) Lothar Heimberg (baixo) e Wokfgang Dziony (Bateria) a banda gravou uma fita demo e conseguiram o seu primeiro álbum em 1972 ele se chamava “Lonesome Crow” apesar do repentino sucesso que o álbum fez, Lothar Heimberg e Dziony resolvem deixar a banda e pouco tempo mais tarde Michael Schenker torna-se guitarrista da banda londrina UFO.
Sozinhos Rudolf e Klaus resolvem chamar o guitarrista “Urich Roth”, mais conhecido como Uli Jon Roth que por sua vez convida o então baterista “Jürgen Rosenthal” e o baixista “Francis Buchholz” para completarem o grupo, a banda continua tocando e logo assina contrato com a RCA que lança o segundo disco “Fly To The Raimbow”, em 1974. (Pausa para ouvirmos uma das mais belas canções do Rock n' Roll mundial - Still Loving you)


No ano seguinte o baterista “Rosenthal” deixa a banda para servir o exercito alemão, “Rudy Lenners” assume a bateria e o álbum “In Trance” faz sucesso em toda a Europa. Em 1976 gravaram “Virgin Killer” que é um álbum clássico em sua carreira, “Lenners” descobre que tem um problema no coração e deixa a banda a fim de se tratar, em seu lugar é convidado “Herman Rarebell”, que foi indicado por Michael Schenker. Em 1977, foram para o estúdio novamente gravar o álbum “Taken by Force”, e em 1978 embarcam pela primeira vez para o Japão, onde fizeram três grandes shows, essa passagem pelo oriente ficou registrada no clássico álbum duplo ao vivo “Tokyo Tapes” que marcou a saída do guitarrista Uli Jon Roth.
Em 1979 a banda integra “Matthias Jabs” para assumir a guitarra, no mesmo ano lançam o álbum “Lovedrive”, no ano seguinte a banda de hannover lançou o álbum “Animal Magnetism” que emplacou o hit “The Zoo”. O sucesso já era presente quando Klaus descobre que tinha nódulos em suas cordas vocais, imediatamente ele se retira da banda para fazer um tratamento que duraria aproximadamente um ano. No ano de 1982 os Scorpions entram novamente nos estúdios para gravação do álbum “Blackout”, caracterizado pelo vocal mais nasalizado de Klaus, o que lhe permitiu alcançar notas mais graves. A banda não tinha muito notoriedade nos Estados Unidos, mas depois de lançarem músicas como “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane” conseguiram o feito de estar entre as dez melhores bandas do mundo. A banda fez sucesso até o ano de 2010 quando resolveram parar de tocar e se aposentar após longos 40 anos de sucessos.
Vamos encerrar esta justa homenagem com a canção Humanity que traz uma temática de protesto apocalíptico e com uma riqueza melódica, de arranjos e vocal fantástica.


sábado, 22 de junho de 2013

Homenagem a um pai comunista




Esclarecendo que este blog não se vincula absolutamente a nenhuma posição política; apenas estamos abertos a todos os pensamentos e manifestações humanas. 
(Prova disto é que já fizemos uma homenagem aos militares, no post "A Canção do Silêncio no Funeral Militar"

Quando eu era bem pequeno, meu pai Dynéas costumava ler para mim fábulas e histórias infantis, mas também, de um jeito muito próprio e saboroso, falava de revoluções e das lutas dos povos, fazendo com que o Pequeno Polegar convivesse com os guardas vermelhos da Revolução Russa. Assim, se eu me entristecia pela desventura do Soldadinho de Chumbo, vibrava com a promessa do escravo romano Spartacus e seu exército de escravos: voltaremos, e seremos milhões!” 

Já adolescente, meu pai contou-me que muitas nações indígenas afirmam que ao morrermos nos juntamos aos nossos ancestrais e, ao renascermos, todos eles voltam a viver através de nós. Mesmo descrente do aspecto místico, gostava de especular sobre essa ideia, pensando que, além de nossos antepassados consanguíneos, os avós, bisavós, tataravós e os demais que nos antecederam, nossos ancestrais também poderiam ser todos aqueles que, em algum momento do longo curso da história da humanidade, se ergueram contra a opressão e pela liberdade. Por exemplo, os gladiadores que desafiaram o poder de Roma, os negros e indígenas que combateram nos quilombos, os proletários franceses que se sublevaram na Comuna de Paris. Tantos, tantos exemplos... Quantas derrotas contundentes, o amargo sentimento do fracasso inevitável, mas quantas e quantas vitórias esplendorosas, que iluminaram os séculos seguintes!

Hoje, meu pai, Dynéas Aguiar, após décadas de incessante luta pelo comunismo, partiu para se juntar aos seus companheiros de tantos combates, como Amazonas, Grabois, Arruda, Pomar e Arroyo, mas também a outros ancestrais, o espoliado agricultor mexicano que um dia disse basta e se somou ao Exército Revolucionário do Sul de Emiliano Zapata, ou o pequeno vietnamita que lutou contra a dominação japonesa, francesa e estadunidense. Os guerreiros zulus que puseram abaixo a arrogância das tropas britânicas na Batalha de Isandlwana, assim como os indígenas de Touro Sentado que esmagaram a cavalaria do General Custer, em Little Bighorn. Todos os que passaram da indignação para a luta, sem temer consequências, e deixando um grandioso legado para todos os povos.

Dynéas, Amazonas, Arruda e tantos outros fazem agora parte da legião dos que, desde o início da História, lutaram pelo avanço da humanidade, derrubando tantos e tantos impérios que antes pareciam eternos e indestrutíveis e hoje não passam de meros e superficiais verbetes enciclopédicos. Eles são nossos ancestrais, nossos antepassados, a linhagem coletiva da humanidade. Todos eles se foram... Será mesmo? Quem pode garantir que, quando um jovem palestino arremessa uma pedra contra um blindado israelense, seu braço não é também impulsionado por Spartacus? Ou no íntimo de um homem bom e simples, resistindo à prepotência de um patrão explorador e opressor, não ecoam as batidas dos pequenos tamborileiros da Revolução Francesa?

Todas, todas essas vidas e lutas estão interligadas. Se Dynéas não está mais agora entre nós, pode porém estar voltado à vida na Grécia, Espanha, Roma, África, América Latina, Ásia, em todas as partes do mundo onde descendentes dessa formidável ancestralidade coletiva contestam a ordem vigente e, incorporando em si todos os milhões de antepassados combatentes, avançamcada vez mais, na luta pelo fim da opressão, do jugo imperialista. E a cada gesto de revolta, de indignação, de luta, alí também estão nossos companheiros ancestrais.

Meu querido pai Dynéas, agora você está entre os antigos, os antepassados, os ancestrais. Mas espero também, como garante a cultura indígena, que você volte seguidas vezes a estar comigo, novamente me contando histórias que me encantam, embalam meu sono e me fazem sonhar com heróis valorosos, que tanto você como os milhões de nossos ancestrais coletivos continuem a renascer em todas as partes do mundo, dando novas e valiosas contribuições para o avanço revolucionário, pelo fim do capitalismo, pelo fim da exploração do homem pelo homem.

Dilair Aguiar 


Comandante Che Guevara - Grupo Vientosur



Working Class Hero - John Lennon



Yolanda - Pablo Milanés, na interpretação do Grupo Vientosur  (para 
quem não sabe, esta canção faz referência a uma companheira de Che Guevara)



Internacional Socialista - Letra Franz Jahnke / Música Hans Eisler



Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores - Geraldo Vandré



Cálice - Chico Buarque e Milton Nascimento

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Benito di Paula - melhor do que nunca



Para nunca ser esquecido >> Leia a crítica do CD e DVD.

Um sambista que, pelo menos nos dias de hoje, não sabe sambar bem; um visual que lembra mais um roqueiro de cabelos e barbas longas lá pelo fim dos anos 60; um músico que fica o tempo todo tocando piano. Uma figura que reúne todas essas características tinha tudo para não dar certo, mas não é o que acontece com Benito di Paula.
Um dos maiores fazedores de sucesso da década de 70, o fluminense de Nova Friburgo que resolveu trocar o nome Uday Veloso pelo apelido Benito di Paula, com o qual levou seu samba jóia a liderar as paradas e vender milhares de discos, finalmente gravou seu primeiro DVD.
Inesquecíveis Retalhos de Cetim
Benito de Paula (11)O espetáculo da última sexta-feira (17/7) no Vivo Rio era ao mesmo tempo histórico e uma incógnita. Final, Benito ficou sumido por muito tempo: “Fiquei meio esquecido, de lado, mas sempre no coração de vocês”, disse em determinado momento do show, e vem se apresentando em palcos menores com uma pequena banda ou mesmo solo no piano. Como ficaria o seu som com uma banda formada por mais de dez músicos?
Benito de Paula (12)Gruas, câmeras em trilhos e um belo aparato mostravam que o artista e a gravadora EMI não pretendiam poupar na hora de registrar a obra de alguém que, embora seja considerado brega por muitos, tem melodias, harmonias e letras que não passam nem perto da breguice que o seu visual e o do palco apresentavam – detalhe para o lustre, importante parte da cenografia.
Trajado com uma incrível combinação de fraque rosa, com um colã rosa, calça de veludo… rosa e um sapato brilhantemente preto, o cantor, que apresentava uma saliente barriga, mas manteve-se fiel ao visual que o consagrou, subiu ao palco do Vivo Rio com quase uma hora de atraso, para uma platéia de muitos convidados.
Benito e seu filho Rodrigo (4)Os primeiros acordes de Bandeira do Samba se mostraram fora de sincronia, a voz tinha um volume muito maior que o ideal, o que já dava a dica de que essa seria uma das canções que precisariam ser repetidas ao fim do set. Set que teve homenagens a Lupcínio Rodrigues, Tom Jobim e Tim Maia – quando alguém alcoolizado além da conta resolveu rir e falar alto, o que deve ser apagado na mixagem – , além de citar Chico Buarque, entre outros.
Se o início do espetáculo mostrou um Benito nervoso, reticente e enrolado com fios de microfone e fones de ouvido, do meio para o fim foi tudo festa e o bis e repetições foram mais que bem vindas, além da boa participação de seu filho, Rodrigo, em A Beleza que é Você, Mulher.
Detalhe importante: A voz continua com a mesma potência e afinação dos bons tempos.
Verdade que a casa do Aterro do Flamengo não viveu seus dias mais oncorridos e que a quantidade de convidados parecia ser maior do que a do público pagante (pelo menos do lado de fora a fila de convidados era sempre maior), mas a gravação acabou se transformando em uma bela homenagem a obra de um dos artistas mais populares da MPB.
Benito de Paula (2)Charlie Brown, Vai Ficar Na Saudade, Se Não For Amor, Amigo do Sol, Amigo da Lua, Mulher Brasileira, Assoviar e Chupar Cana, Sanfona Branca e até mesmo as quatro ineditas do set são pérolas de alguém de um tempo onde fazer sucesso não era fácil em decorrência da competição, muito mais qualificada que na maioria dos dias de hoje.
Na boa, quero muito ver como ficará o DVD.

As canções do show:
Bandeira do Samba
Do Jeito qua a Vida Quer
Como Dizia o Mestre
Assoviar e Chupar Cana
Se Não For Amor
Osso Duro de Roer
A Beleza que é Você, Mulher
Pagode da Cigana
Maria Baiana Maria
Sanfona Branca
Ah! Como eu Amei
Violão Não se Empresta a Ninguém
Ficar Ficamos
Mulher Brasileira
Me Dê Motivo
Unidos de Tom Jobim
Tudo Está no Seu Lugar
Charlie Brown
Retalhos de Cetim


                                                                                  Publicado por: Fernando de Oliveira

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Homenagem a todos os namorados

 Ainda em tempo, o Blog Lero Musical faz sua homenagem a todos os namorados. Afinal, hoje pode até ser
um dia especial, mas certamente para aqueles casais que se amam, será o dia, a semana, o mês e toda a vida dos namorados.

PARABÉNS!

 




 
                                                                                                                                                      
 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Chico Buarque e João Bosco - quer mais?





Dica do leitor Rogério Bezerra.  Com o passar dos anos vou revivendo e revelando com clareza o que foi bom em minha vida. Por isso me sinto afortunado por ser contemporâneo de Chico Buarque.
Mesmo deficiente em outros idiomas, afirmo que ele está na primeira fila dos gênios em composições populares no mundo. Me assusta, por isso mesmo, a mudez generalizada dos meios de comunicação desse invejoso País.
Recomendo que ouçam (quem não for invejoso) o último cd de Chico, que tem na canção “Sinhá” sua obra prima.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Voz revela traços de personalidade e estado de espírito



                                                       Voz é energia. São as vibrações de alguém que atingem o outro e provocam uma resposta, seja positiva, neutra ou negativa. Pode-se conhecer boa parte do universo de uma pessoa pela sua voz. Faço a diferenciação aqui de "fala", que é o som articulado e demonstra o exercício intelectual que fazemos para nos comunicarmos. A voz demonstra exatamente as emoções embutidas nas palavras. Através dela demonstramos nosso bem-estar, disposição, humor, educação, tranquilidade ou nervosismo, maturidade, caráter, desejos, verdade, evolução, etc., etc., etc. 

Uma boa voz conserva seu tom natural (timbre), intensidade adequada ao ambiente (volume compatível), andamento (velocidade) apropriado ao ouvinte, variações de inflexões, ritmo, acentuações, pausas. E visando transmitir sensações agradáveis, despertar vontade nos outros de escutar-nos, impactar o interlocutor de diferentes formas, é necessário a escuta, a observação, a adequação para a melhoria da interação. Para se ter uma voz que provoque as mais diversas sensações/impressões no outro, seja harmonia, impacto, tranquilidade, sensualidade, entusiasmo, etc., é necessário desenvolver a capacidade de ouvir atentamente outras vozes, observá-las e respeitá-las. É vital também a auto-escuta, ou seja, ouvir-se, mergulhar nas vibrações da própria voz e no que ela pode transmitir. E não é possível a ninguém conhecer a própria voz somente falando, é preciso ouvi-la gravada por recursos de qualidade, de alta fidelidade. 

Alguns exemplos de vozes

Voz muito lenta, baixa, monocórdia, indecisa, vacilante - indica geralmente uma pessoa doente ou com alteração emocional (medo, depressão, timidez, insegurança). Ou falta de vontade de interagir com o outro.
Voz vibrante demais, incisiva, rápida, por vezes meio tonitruante e autoritária - indica pessoas que lideram, são corajosas, têm voz de comando, gosto por decidir e por solucionar problemas. Pode também indicar ansiedade, desequilíbrio ou mesmo insegurança. 
Voz suave, agradável - indica pessoas tranquilas, equilibradas, pacientes, educadas e saudáveis.
Voz vibrante (mas sem exagero), de boa velocidade (nem tão lenta nem tão rápida), modulada, em timbre constante, harmoniosa, de boa altura (nem tão alta nem tão baixa),  com variações de colorido, de emoções (vivaz, sem monotonia) - indica pessoas saudáveis, alegres, equilibradas, perceptivas, bem humoradas, evoluídas, gregárias e disponíveis à interação. 

A voz que é mais usualmente empregada em nosso dia-a-dia demonstra muito de nossa personalidade. Mas podemos e devemos adequá-la conforme a situação vivenciada. Para isso, exercícios e vivências para o autoconhecimento são muito importantes.

Algumas dicas de como aperfeiçoar a voz, assim como adaptá-la a diferentes situações e melhorar a qualidade de seus relacionamentos

- Fazer um bom curso de canto, que, entre outras coisas, mostrará qual é o seu real timbre de voz, assim como a adestrará para que atinja seu máximo potencial de qualidade;
- Ler, em voz alta, textos com conteúdos variados, gravando a própria voz (como já foi dito, com recursos de alta fidelidade). Empregar diferentes andamentos, acentuações, intensidades - ou seja, interpretar de formas diferentes; 
- Cantar em ambientes diferentes de sua casa, testando cada espaço físico. Utilize volumes diversos, desde o mais baixo ao mais alto. Experimente crescer e decrescer o volume; 
- Conversar olhando mais seu ouvinte, percebendo o ritmo atual do mesmo e adequando o seu ritmo ao dele; 
- Ouvir e analisar as vozes de outras pessoas e observar o impacto que lhe causam é uma boa forma de se ter referências - positivas, neutras ou negativas;
- Caso alguém esteja desanimado, experimente utilizar sua voz para animá-lo,  acelerando-a, acentuando-a e causando alteração benéfica (ou então ele pode estar num estado em que a animação de outrem possa incomodá-lo - isso é comum em casos de grande tristeza ou depressão. Para isso, é preciso percepção, sintonia fina, e nesse caso não falar de forma muito animada, apenas tranquila e empática); 
- Se a pessoa estiver agitada, fale com tranquilidade, harmonia (porém, não exagere na lentidão ou tranquilidade, pois, dependendo do estado ou sensibilidade do interlocutor, isso poderá irritá-lo ainda mais. O ideal, nesse caso, é uma voz apenas normal, que não lembre, por exemplo, um monge budista visando a "iluminação espiritual". Nunca ouviu alguém dizer algo como: "Sua calma me irrita?" Pois é, até a calma excessiva pode ser desagradável); 
- O sorriso costuma suavizar uma voz e torná-la agradável - mas nem sempre. Riso em excesso e constante pode também indicar superficialidade, pobreza de emoções e falta de empatia com um eventual estado negativo (por exemplo, depressivo) do interlocutor. 

Como vêem, para tudo é preciso senso de medida, equilíbrio e "feeling"; nem sempre o óbvio, o senso comum, é o mais indicado .

Buscar a harmonia neste mundo tão conturbado é essencial a uma melhor qualidade de vida. Sua voz, tão pessoal e única, pode ser uma ponte para esta almejada harmonia. Passe a usá-la de forma mais consciente no seu dia-a-dia e observe seu poder de transformar aos coisas ao seu redor. 


O QUE LHE TRANSMITE A VOZ DE NORAH JONES (NO VÍDEO ABAIXO)?

Norah Jones - Drown In My Own Tears (Ray Charles Tribute) 


 
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