terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Feliz 2014 a todos

O Lero Musical deseja aos seus seguidores e a todos os visitantes diários um iluminado 2014
repleto de alegrias, saúde e prosperidade. Obrigado por nos acompanharem desde o início e por terem feito deste Blog um espaço tão agradável e de alto nível. As visualizações diárias e os comentários nos dão a certeza de que conseguimos o sucesso desejado e, modéstia à parte, merecido.
Esperamos que nos acompanhem e colaborem conosco neste ano que se inicia melhorando cada vez mais o nível de qualidade do Blog.

Agradecimentos especiais aos nossos colaboradores Liane Dornelles, Carlos da Costa, Renata Rothstein. Um excelente 2014 para vocês, meus amigos!

Marlon Sérgio e Liane Dornelles

Um belo vídeo dedicado a todos vocês, amigos!












quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Brega, vulgar e comum é não morrer de amor.



As Dixie Chicks, trio de música country norte-americano.


Existe muito preconceito contra a música sertaneja (ou country, ou folk, nos Estados Unidos).  Tacham-na de  brega ("camp", em inglês), óbvia, piegas, simplória, mal escrita, de mau gosto, entre outros adjetivos negativos. Porém, isso não passa de preconceito de pessoas elitistas ou pouco conhecedoras da verdadeira música sertaneja (que poderia ser melhor definida como "regionalista"), ou ainda que não se permitem ouvir o que realmente lhes dá prazer, preferem ir na onda do que decreta a crítica e os ouvintes supostamente "cultos", "antenados" e "de bom gosto"Sim, a música sertaneja/regionalista é simples, suas letras não são sofisticadas como as de Chico Buarque ou Caetano Veloso, no entanto expressam de forma direta, sem tantas firulas verbais, sentimentos autênticos, importantes e comuns a todos nós, e justo por sua simplicidade tocam fundo a alma, além de não raro serem gostosas de ouvir, sonoras, emocionantes (seja alegres ou melancólicas), empolgantes - para aqueles que não estão com os ouvidos viciados em ouvir o que nem sempre lhes agrada, mas dá "status" diante da galera igualmente preconceituosa, auto-repressora e auto-limitadora, porque a crítica disse que é "de qualidade", que é "culto", é "de bom gosto", é "inteligente", é "bem informado" (ainda que possam morrer de tédio com músicas chatas e sem graça.) E... o que é mesmo brega? O que é de mau gosto? Quem determina isso? Quais são os critérios? Já dizia o cantor e compositor Wando, sempre acusado de cafona (mas agradando em cheio o gosto do povo, e inclusive os nem tão "do povo" assim), que "brega, vulgar e comum é não morrer de amor"


Victor e Leo - Água de Oceano


Paula Fernandes + Victor e Leo - Não Precisa

Grayson Hugh - Can't Untie You From Me (da trilha de Thelma & Louise)

Sérgio Reis - Saudade da Minha Terra

Glenn Frey - Part of Me, Part of You (da trilha de Thelma & Louise)

 John Hiatt -Tennessee Plates (da trilha de Thelma & Louise - cena do baile)

Dixie Chicks - Cowboy Take Me Away

Rascal Flatts - Fast Cars and Freedom

Almir Sater - Trem do Pantanal

Renato Teixeira - Frete (tema da série de TV Carga Pesada)

Faith Hill - This Kiss - (da trilha de Practical Magic - Da Magia à Sedução)

John Mayer - Slow Dancing in a Burning Room

sábado, 9 de novembro de 2013

Gostar de rock pode ser um fator relevante na hora da avaliação profissional?

 
Marcelo Moreira

Por mais preconceituoso que seja, não dá para fugir: a forma como a pessoa fala, se veste, age, trabalha, dirige e muitas coisas mais dizem muito sobre o indivíduo. Dá para julgar cada um por esse tipo de coisa? Cada um avalie da forma como achar melhor.
Da mesma forma, os hábitos culturais – os livros que lê, a música que ouve, os eventos frequenta – também dizem bastante sobre as pessoas. Existe a chance de se errar por completo, mas faz parte do jogo.

Dois fatos importantes, apesar de corriqueiros, mostram que os apreciadores de rock podem ter esperança de dias melhores, apesar dos casos recorrentes de preconceito explícito e perseguição por conta do gosto pessoal em pleno século XXI – algumas dessas excrescências têm sido narradas aqui em textos no Combate Rock.

No começo de agosto um gerente de uma grande multinacional instalada no ABC (Grande São Paulo) penava para contratar um estagiário para a área de contabilidade e administração. Analisou diversos currículos e entrevistou 24 jovens ainda na faculdade ou egressos de cursos técnicos.
Conversou com todo o tipo de gente, do mais certinho ao mais despojado, do mais conservador à mais desinibida e modernosa. Preconceitos à parte, procurou focar apenas a questão técnica e os conhecimentos exigidos.

Alguns candidatos até possuíam a maioria dos requisitos exigidos, mas acabaram desclassificados em um quesito fundamental para o gerente: informação geral, que inclui hábitos culturais.
O escolhido foi um rapaz de 20 anos, o penúltimo a ser escolhido. Bem vestido, mas de forma casual, usando rabo de cavalo, mostrou segurança e certa descontração, além de bom vocabulário e de se expressar de forma razoável, bem acima da média.

Durante as perguntas, o gestor observou que o garoto segurava um livro e carregava um iPod. O livro era a biografia de Eric Clapton. Após a quinta pergunta, direcionou a conversa para conhecimentos gerais e percebeu que o rapaz lia jornais e se interessava pelo noticiário.
“Você gosta de rock?”, perguntou o gerente. “Sim, e de jazz também”, respondeu o garoto. O entrevistador não se conteve e indagou se o rapaz se importava de mostrar o que o iPod continha. E viu um gosto eclético dentro do próprio rock: havia muita coisa de Black Sabbath, Deep Purple, AC/DC, mas também de Miles Davis e big bands.

“Não aprecio rock, não suporto o que minhas filhas ouvem, mesmo seja Rolling Stones, meu negócio é Mozart, Bach e música erudita. Mas uma coisa eu aprendi nas empresas em que passei e nos processos seletivos que coordenei: quem gosta de rock geralmente é um profissional mais antenado, que costuma ler mais do que a média porque se interessa pelos artistas do estilo. Geralmente são mais bem informados sobre o que acontece no mundo e respondem bem no trabalho quando são contratados. Nunca me arrependi ao levar em consideração também esse critério”, diz o gerente.


Eric Clapton ajudou um candidato a estágio a conseguir a vaga em uma empresa do ABC

O resultado é que o garoto foi contratado após 15 minutos de conversa, enquanto cada entrevista com os outros candidatos durava 40 minutos. “Não tive dúvida alguma ao contratá-lo. E o mais interessante disso: percebo que essa é uma tendência em parte do mercado há pelo menos três anos, pois converso muito com amigos de outras empresas e esse tipo de critério está bastante disseminado. Quem gosta de rock é ao menos diferenciado”, finalizou o gestor.

Já em uma escola particular da zona oeste de São Paulo, do tipo mais alternativo e liberal, o trabalho de conclusão do ensino médio era uma espécie de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) das faculdades. A diferença é que, para não ter essa carga de responsabilidade, foi criado uma espécie de concurso para premiar algumas categorias de trabalhos – profundidade do tema, ousadia, importância social e mais alguns critérios.

O vencedor geral foi o de uma menina esperta de 17 anos, filha de um jornalista pouco chegado ao rock, mas com bom gosto para ouvir jazz e blues. O trabalho tentava traduzir para a garotada a importância dos Beatles para a música popular do século XX.
Para isso realizou uma ampla pesquisa sobre as origens do blues, do jazz, da country music norte-americana e traçou um panorama completo da evolução do rock desde os primórdios até os megashows de Rush, AC/DC, U2 e Metallica. Seu trabalho contou ainda com a defesa de uma tese em frente a uma banca de professores.

O resultado é que, além do prêmio principal – placa de prata e uma quantia em dinheiro em forma de vale para ser gasto em uma livraria –, acabou sendo agraciada com a proposta de transformar seu trabalho em um pequeno livro, bancado pela escola. Detalhe: a reivindicação partiu dos colegas da menina, que ficaram fascinados com a história do rock – poucos deles eram íntimos do gênero, pelo que o pai da menina me contou.

Os Beatles foram o ponto de partida para uma aluna de um colégio paulistano para traçar um panorama extenso e completo sobre a história do rock; o trabalho ganhou prêmio e vai se transformar em livro
Seria um flagrante exagero afirmar que gostar de rock facilita a obtenção de emprego ou estágio – ou que quem gosta de rock é muito melhor aluno do que os outros nas escolas. Mas o simples fato de haver reconhecimento de que apreciar rock frequentemente leva a uma situação diferenciada já é um alento diante dos seguidos casos de intolerância e preconceito.

Gostar de rock não torna ninguém melhor ou pior, mais ou menos competente, mais ou menos inteligente. Mas os casos acima mostram que o roqueiro pode se beneficiar de situações em que é possível se mostrar diferenciado, mostrando uma cultura geral acima da média e mais versatilidade no campo profissional. E o que é melhor, isso começa a ser reconhecido por um parte do mercado.
Bom gosto não se discute: adquire-se.

Como não poderia deixar faltar, um clássico do Rock mundial para vocês curtirem

                                  

                         Led Zeppelin - Stairway to Heaven Live (HD)

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Futebol, mulher & rock'n'roll (ou samba, ou reggae, ou bossa nova, ou sertaneja, ou marchinha, ou lenta, ou qualquer ritmo)



Brasil, país do futebol? Eu diria diferente: futebol, paixão mundial (até gringo norte-americano, que não leva lá muito jeito pra coisa, não consegue resistir.) E quando se junta então com a música, fica verdadeiramente irresistível, uma paixão arrebatadora. Músicos os mais variados, os mais inusitados, de todos os países e de todos os gêneros musicais, desde os mais simples aos mais sofisticados, compõem e compuseram sobre futebol - e não é de hoje: até mestre Pixinguinha deu a sua contribuição, com a muito graciosa e contagiante "Um a Zero". Isso sem falar nos hinos de times e de torcidas, alguns verdadeiras obras-primas, como o "Até a Pé Nós Iremos", do Grêmio Portoalegrense, de outro mestre, Lupicínio Rodriges. Há ainda as músicas comemorativas de eventos futebolíscos, de incentivo a seleções, as homenagens a jogadores ou times, e assim por diante - o futebol é muito inspirador, não há limites para o tipo de canções que ele pode gerar.

Uma pequena mostra de canções que nasceram baseadas no futebol: O Futebol (Chico Buarque), Meio-de-Campo (Gilberto Gil/Elis Regina), Aqui é o País do Futebol (Milton Nascimento), É uma Partida de Futebol (Skank), Eu Quero Ver Gol (O Rappa), Sou Ronaldo (Marcelo D2), Cadê Você (Moacir Franco), Este Jogo Não Pode Ser 1 a 1 (Junior - ex-Flamengo, ex-Seleção), Camisa 10 (Luiz Américo), Hino do Grêmio (Lupicínio Rodrigues), Ally's Tartan Army (Scotland), Aqui Tem um Bando de Loucos (Torcida do Corinthians), Pra Frente Brasil (Miguel Gustavo), O Campeão (Neguinho da Beija-Flor), A Taça do Mundo é Nossa (Wagner Maugeri), Touradas em Madri (Braguinha), Umbabarauma (Jorge Ben), Voa, Canarinho, Voa (Junior - ex-Flamengo, ex-Seleção), Replay (Trio Esperança), Flamengo Até Morrer (Marcos Valle), Meu Time (Siba e a Fuloresta), Seu Ferrera e o Parmera (Douglas Germano), Aqui é o País do Futebol (Wilson Simonal), Todo Mundo (Gaby Amarantos e Monobloco), Beto Bom de Bola (Sérgio Ricardo), e muitas, muitas outras.

Só como tira-gosto, ouçam:


                    La Copa de La Vida - Ricky Martin (tema da Copa da França de 1998)


                                                            Um a Zero - Pixinguinha


                                                           Fio Maravilha - Jorge Ben 


                                                Futebol, Mulher & Rock'n'Roll - Dr. Sin


                                       ¡Olé! - The Bouncing Souls  (banda nova-iorquina)


Imagina na Copa - Fernando e Sorocaba (lançada há pouco tempo, neste ano)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O que está acontecendo com a música brasileira?

Os Diskarados - P*taria no Baile : Foto Reprodução Youtube

Refrões abjetos, rebaixamento da posição da mulher e imbecilização do povo, o que acontece com a música brasileira?








 Pedro Henrique*

Enquanto orquestras tradicionais correm risco de fechar por falta de patrocínio no Brasil, grupos e cantores com conteúdo irrelevante e repetitivo ascendem cada vez mais com a ajuda da mídia burguesa tradicional. A mesma mídia que tenta nos empurrar goela abaixo vários ''artistas'' que tentam nos dizer através de suas músicas que tudo está bem, que tudo é amor, e que é necessário ficar tranquilo que o bem vence o mal no final. Isso na verdade pode até parecer levianismo, já que ultimamente se vê uma ascensão astronômica de hits da Internet, como o funk ostentação e aqueles com conteúdo extremamente erótico, colocando a mulher como um pedaço de amostra de carne.

Fenômenos como Anitta, Michel Teló e outros mais,  sempre vão surgir aqui e acolá, graças ao firme propósito do Sistema, que procura emburrecer a classe trabalhadora, desrespeitando-a com letras de mau gosto, servindo apenas para aumentar o próprio ego, falando de seu carro importado, ou como o cantor se acha o legal por sair na balada e ‘pegar’ várias mulheres, falando de mulheres como se fosse mercadoria, e os mais pobres, certamente consumirão esse produto, pois é este tipo de gente que aparece na tv aos domingos, nos jornais e revistas de fofoca e nas rádios ´´populares`` diariamente. O sistema sabe onde investe, não é atoa que alguns estilos musicais vem recebendo investimento pesado do Ministério da Cultura para divulgação e produção. 

O funk  mesmo degradando cada vez mais a mulher e estimulando o consumismo fútil e exacerbado (onde se paga R$ 1.800 em um óculos), ainda sim, dá  uma pequena opção para jovens e crianças ingressarem no mundo da música, opção infinitamente melhor que o mundo do crime. Porém, esses mesmos jovens sem base educacional nenhuma, só tem por opção, repetirem refrões e jargões tradicionais, ou criarem novos, com conteúdo abjeto e besta, já que é isso que eles aprendem.

Atualmente vejo um gênero musical que ainda sofre muito preconceito, que é o rap, onde a música serve como um instrumento de desabafo e reivindicação por melhorias de um povo sem voz. Não é muito difícil simpatizar com esse gênero, em qualquer visita à uma favela, em menos de cinco minutos você verá que um cantor de rap, ou uma iniciativa ligada ao rap, faz muito mais do que qualquer projeto denominado criança esperança.

Acredito, que a música tem o poder de unir as pessoas, seja de etnias, ideologias, crenças ou culturas diferentes, assim como tem o poder também de expressão, de dizer que este mundo em que vivemos não está tão certo assim como passa na TV. É necessário um discernimento e começar a ver que essa música que nos vendem, só esta nos denegrindo e pregando um ideal de vida totalmente míope de uma realidade revoltante do qual vivemos.

*Pedro Henrique Salles é formado em Filosofia pela Unicamp e escreve regularmente para o Folha Social

sábado, 14 de setembro de 2013

Rock Nacional: COBAIAS

E, em tempos de Rock (?) in Rio e suas não pouco discutíveis atrações, pelo menos no quesito “rock”, nada mais apropriado do que a minha volta ao querido Lero usical trazendo boas (ótimas!) notícias sobre o nosso cenário musical e sim!, uma banda nacional que faz rock'n'roll do melhor: a banda Cobaias.
Banda está produzindo CD
Imagem: Patrício Nunes

Mesclando elementos do rock em geral, principalmente o punk e hardcore, a banda foi formada em 1996, no eixo Juazeiro-Ba /Petrolina-PE e é, certamente, um dos melhores sons que já tive a satisfação de ouvir nos últimos tempos: talento, inspiração, letras super inteligentes, com temática social /protesto e muita energia boa rolando, a Cobaias já é uma das bandas mais (re)conhecidas e influentes do Vale do São Francisco, reunindo uma legião de fãs.
Os rapazes estiveram presentes no último dia 31 de agosto no Festival Raiz e Remix, na Concha Acústica de Petrolina, e, como sempre, foi sucesso de público e crítica, fazendo a galera vibrar, com seu show “Mundo Laboratório”.

A galera curtindo Cobaias

Os rapazes da banda - Lucrécio Calixto (vocal) , Marcio Araújo (baixo), Winston Waltherly (guitarra), Dai Pinheiro (guitarra) e Laécio Calixto ( bateria) – são mega competentes e em breve estarão ocupando a cena nacional, da mesma forma que já acontece no privilegiado Vale do São Francisco.

Nós, os fãs, esperamos ansiosamente. E para quem ainda não ouviu o som dos caras, não perde tempo não, clica no link e curte esse som, que é muito rock'n'roll!





quarta-feira, 17 de julho de 2013

Músicas marcantes e lindas do cinema




Susannah Fincannon (Julia Ormond) e Tristan Ludlow (Brad Pitt) 
no filme "Lendas da Paixão"


A música tem uma relação íntima com o cinema, pontuando os diferentes momentos de uma trama, provocando ou potencializando emoções e sensações as mais variadascomo vibração, alegria, tensão, medo, elevação espiritual, romantismo, revolta, tristeza, entre outras. Muitas das melhores e mais belas músicas foram compostas ou escolhidas para fazerem parte da trilha sonora de filmes, inclusive como tema principal. 

Muitas delas verdadeiramente marcaram muito, acabaram por se confundir com a própria obra, fazer parte dela como mais um elemento importante e inseparável da história, não raro remetendo-nos imediatamente ao filme quando as ouvimos. Algumas são incrivelmente lindas e inspiradoras, verdadeiras obras-primas inesquecíveis e atemporais. Procuramos escolher algumas destas para este post. Aí vão:  


Piano Concerto Nº 3 - "Rach 3" (Rachmaninoff) - "Shine/Brilhante"



Hanky Panky (Madonna) - "Dick Tracy"




We Don't Need Another Hero (Tina Turner) - "Mad Max"



Chase (Giorgio Moroder) - "O Expresso da Meia-Noite"



My Heart Will Go On (Céline Dion) - "Titanic"
 


Now We Are Free (Enya) - "Gladiador"



Flashdance - What a Feeling (Irene Cara) - "Flashdance"



Legends of the Fall Theme (Jamer Homer) - "Lendas da Paixão"



Comfortably Numb (Pink Floyd) - "The Wall"



What You Are (Drill) - "Empire Records"



You Must Love Me (Madonna) - "Evita



The Sacrifice (Michael Nyman) - "O Piano"



Live to Tell (Madonna) - "At Close Ranger"

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Crítica e representação da Guerra do Vietnã no rock dos anos 1960




A década de 1960 nos Estados Unidos foi marcada por acontecimentos drásticos que teriam grande repercussão no presente e no futuro do país e do mundo. Junto a tais fatos, e de extrema importância para o historiador, também merece destaque a relação de afrontas e respostas estabelecidas entre pensamentos culturais conflitantes. Mais do que um conflito ideológico – característico da Guerra Fria – era o conflito geracional um dos fatores da discórdia interna aos Estados Unidos. Com o advento da Guerra do Vietnã, bem como do movimento pelos direitos civis, do feminismo, do movimento gay entre outros, a juventude evidentemente vivia em um contexto social e político de ampla contestação, para se falar o mínimo.

Com a chegada de Lyndon Johnson à presidência em 1963, o país viu uma intensificação do conflito com o Vietnã. Embora não fosse uma guerra declarada oficialmente, o envio crescente de tropas para o Sudeste Asiático não deixava dúvidas da direção tomada. Nos Estados Unidos, a imagem de uma guerra injustificada e desnecessária tinha suas representações e contestações, fosse nos meios políticos, acadêmicos, midiáticos ou culturais. Pela primeira vez desde a Guerra Civil, o país se encontrava seriamente dividido.

Neste trabalho, vamos nos ater às representações do conflito do Vietnã no meio musical. Para tanto, utilizaremos canções que abordam a questão de maneira plural, e em ocasiões diferentes, como no festival de Woodstock. Como destacou Roberto Muggiati, o recente envolvimento social da música se refletia, mais do que nunca, na ação política, o que de certa forma traçava laços com diferentes movimentos de protesto. Dessa forma, analisar a música de protesto contra a guerra em vigência significa, em uma perspectiva mais ampla, estudar manifestações de cunho político que não raro serviram como o grito de uma geração.
Para tanto, utilizaremos o rock da década de 1960 para traçar as várias facetas da representação do conflito no Vietnã. 

Os grupos, como ressaltou Paul Friedlander, atravessavam um processo de amadurecimento musical, inovação criativa e aumento do sucesso comercial , o que teria certamente contribuído para que os jovens passassem a dar mais atenção ao gênero, sem que deixassem de ouvir o tão querido folk. Este, no entanto, não será analisado neste trabalho, porém, não se pode minimizar a importância que Bob Dylan e Joan Baez tiveram na politização das letras e poesias.

Com o objetivo de demonstrar a variedade de músicas e de manifestações, utilizaremos aqui os exemplos de John Lennon e seu bed-in realizado em 1969, que resultou na canção "Give Peace a Chance"; a crítica do Creedence Clearwater Revival sobre o recrutamento em "Fortunate Son"; o papel político de Woodstock e as apresentações de Country Joe Mcdonald com "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag" e de Jimi Hendrix com "The Star-Spangled Banner" e, em outra ocasião com "Machine Gun".

O bed-in de John Lennon

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Em março de 1969, John Lennon e Yoko Ono casaram-se. Sabendo da repercussão que isto geraria na mídia, o casal decidiu fazer dois bed-ins a fim de promover a paz mundial e o fim da guerra. A primeira semana do bed-in teve lugar em Amsterdã, e repórteres do mundo todo poderiam entrar no quarto de hotel onde estavam das 9 da manhã às 9 da noite. Eventos relacionados a este primeiro protesto foram registrados na canção "The Ballad of John and Yoko", gravada pelos Beatles no mesmo ano.Em maio de 1969, ocorreu o segundo bed-in, em Montreal, no Canadá. John Lennon, cada vez mais politizado, convidou para o quarto personalidades famosas à época, como Timothy Leary, Allen Ginsberg, Tommy Smothers e Dick Gregory para a gravação de uma música.

 O resultado foi "Give Peace a Chance".
A música possuía uma estrutura rítmica e melódica simples, feita com dois violões acústicos e percussão em portas, janelas e no que mais fizesse som. A letra, relacionada a temas e pessoas que estavam em evidência à época, contava com um refrão que se tornaria o grito dos pacifistas. Contrariamente aos assuntos que as pessoas falavam, tudo o que aqueles desejavam era uma chance à paz.

De acordo com John Lennon, "No fundo do meu coração, eu queria escrever alguma coisa que superasse 'We Shall Overcome'. Eu não sei porque. Aquela que todos cantariam, e eu pensei, ‘Por que ninguém escreve alguma coisa para as pessoas agora? Este é o meu trabalho e o nosso trabalho.’"
John Lennon, como ressaltou Roberto Muggiati, havia rejeitado todas as crenças psicodélicas dos anos anteriores, assumindo uma posição decididamente política.

"We Shall Overcome" era a canção tradicional de protesto, popularizada no início do século XX. Lennon buscava um novo hino para demonstrações de protesto, conseguindo o que queria em novembro de 1969. Neste mês, ocorreu o Moratorium to End the War in Vietnam, reunião nacional de mais de 500 mil pessoas em Washington, com a intenção de protestar contra a Guerra. Uma das músicas entoadas era "Give Peace a Chance", cuja mensagem era clara e objetiva, e seu autor uma das personalidades mais queridas pelo movimento pacifista.

A crítica do Creedence Clearwater Revival sobre o recrutamento

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Em 1969, o Creedence Clearwater Revival deixou sua marca de protesto. Um mês após Woodstock, a banda lançou "Fortunate Son", uma canção que questionava o porquê de certas pessoas não serem convocadas para a guerra. John Fogerty e Doug Clifford, vocalista e baterista, respectivamente, haviam servido o Exército de 1966 a 1967. Paralelamente, Fogerty percebeu que algumas pessoas ligadas a poderosos estavam conseguindo escapar do alistamento obrigatório. "Julie Nixon [filha do presidente Nixon] estava saindo com David Eisenhower [neto do ex-presidente Eisenhower], e você tinha a impressão de que nenhuma destas pessoas estariam envolvidas na guerra. Em 1969, a maioria do país acreditava que o moral estava alto entre as tropas, e por volta de 80% deles eram a favor da guerra. Mas para alguns de nós que estávamos observando mais de perto, nós sabíamos que estávamos indo em direção de problemas."
A canção, dessa forma, é cantada do ponto de vista de um soldado que não é o filho de nenhum senador, milionário ou líder militar, ou seja, não é um “filho afortunado”.

Yeh, some folks inherit star spangled eyes,
ooh, they send you down to war, Lord,
And when you ask them, how much should we give,
oh, they only answer, more, more, more, oh,

It ain't me, it ain't me,
I ain't no military son,
It ain't me, it ain't me,
I ain't no fortunate one.


Apesar de ser contrária à guerra, a música punha-se favorável aos soldados que lutavam no Vietnã. Como Fogerty e Clifford, assim como a maioria dos fãs do Creedence Clearwater Revival, muitos dos combatentes vinham da classe trabalhadora e da classe média. Sua presença no conflito se devia, dentre outros motivos, por não possuírem contatos que permitissem que levassem uma vida normal nos Estados Unidos.

O papel político de Woodstock

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Não é raro dissociar Woodstock de qualquer atribuição política no cenário dos anos 60. Tal desvinculação pode ser causada por dois erros cumulativos que perpassam décadas no imaginário social. O primeiro equívoco reside na consideração do movimento hippie como desraigado de prerrogativas políticas. Desta forma, este seria visto e lembrado mais pelo drop out do sistema e pela ausência de propostas políticas perante o turbulento contexto dos Estados Unidos. Uma vez traçado este perfil aparente sobre o movimento hippie, caracterizá-lo como o público majoritário de Woodstock nos leva ao segundo equívoco.

Embora não haja dados exatos sobre o público naqueles três dias, estima-se que grande parte dos presentes era formada por jovens da classe média – universitários e trabalhadores. Em outras palavras, por mais que se considere o vazio político dos hippies, o público era formado por estudantes e jovens cônscios e críticos das agitações internas e externas ao país. Assim, podemos questionar o “teor apolítico” do festival. O debate, contudo, permanece até hoje, como é visto nas entrevistas conduzidas por Pete Fornatale com estudiosos do tema. Segundo Bob Santelli, "De modo geral, Woodstock não foi sobre política. 

Não foi sobre o que estava acontecendo no mundo, as coisas ruins. Foi sobre a criação de um novo mundo, uma nova identidade, uma nova nação, esta Nação Woodstock. Não foi sobre tentar resolver a Guerra do Vietnã ou sobre se manifestar e mandar uma tremenda mensagem ao mundo careta e ao governo americano de que queríamos que a guerra parasse."
Já para Stan Schnier, "(...) Woodstock é sobre a Guerra do Vietnã. Aconteceu numa época em que toda uma geração de jovens estava traumatizada pela guerra. 

Havia o alistamento obrigatório. (...) A velha geração era a favor dos militares. Mas eu vim de uma cultura onde nossos pais eram da Segunda Guerra Mundial, todos lutaram a boa guerra, uma guerra justificável. A idéia de o país ir à guerra era positiva na mente deles. Os mais velhos não questionavam, só os jovens. (...) Então a música era apenas um reflexo disso. Ela não veio primeiro, foi como um efeito posterior. O que um bando de jovens assustados fazem se vivem num ambiente em que seus pais não os compreendem?"

Pelos relatos, é possível perceber a diferença de visões sobre o conteúdo político de Woodstock. O critério central para a definição gira em torno da Guerra do Vietnã, e enquanto Santelli trata da criação da identidade da “Nação Woodstock” exclusivamente, Schnier trata o festival como fruto da identificação de jovens que se reconheciam pelo trauma da guerra e pelas imposições do sistema, sendo assim, de bases políticas.
Por outro lado, ainda que se defenda o descompromisso político de Woodstock, é evidente que isto não impedia manifestações políticas dos artistas. Desta forma, apresentações como a de Country Joe Mcdonald, do Jefferson Airplane e de Jimi Hendrix, por exemplo, apelavam para a crítica política por meio da música, como será evidenciado a seguir.

A contraposição de valores na música de Country Joe Mcdonald

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Joe Mcdonald era um veterano da Guerra do Vietnã que havia tido baixa da Marinha recentemente e se mudara para São Francisco em 1965. O cantor estava escalado para o terceiro dia de Woodstock, junto com sua banda, The Fish, porém, em meio à desorganização do festival, foi convidado a iniciar sua carreira solo sendo o terceiro artista a se apresentar na tarde de sexta-feira. Com cabelos longos e munido de um casaco do Exército, Joe Mcdonald evidenciava sua história por meio da contraposição de valores opostos à sua época.

Ao final de sua apresentação, Country Joe toca sua última música, "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag". A maior parte das canções sobre a guerra e o Vietnã era compreensivelmente sombrias e soturnas. Em geral, apresentavam uma repulsa visceral à idéia de um conflito armado, à morte e aos ferimentos de soldados e civis. Por outro lado, a canção de Country Joe é inovadora ao ser carregada de ironia e ter uma levada alegre. Seu divertido refrão logo se espalhou pelos Estados Unidos e virou grito de (anti-) guerra dos jovens.

And it's one, two, three,
What are we fighting for ?
Don't ask me, I don't give a damn,
Next stop is Vietnam;

And it's five, six, seven,
Open up the pearly gates,
Well there ain't no time to wonder why,
Whoopee! we're all gonna die.


Em um ritmo com características folk, "I-Feel-Like-I’m-Fixin-to-Die Rag" punha em questão o porquê da guerra, satirizando as atitudes do governo perante o Vietnã. Contudo, apesar da aparente animação, a ironia torna-se cruel e provocativa na última estrofe da música.

Well, come on mothers throughout the land,
Pack your boys off to Vietnam.
Come on fathers, don't hesitate,
Send 'em off before it's too late.
Be the first one on your block
To have your boy come home in a box.


Os últimos versos adotavam uma postura contrária às canções habituais de protesto, geralmente pautadas na mensagem de “precisamos de paz”. Country Joe, por sua vez, conclama os pais a enviarem os seus filhos para o Vietnã e serem os primeiros do quarteirão a receber o filho de volta num caixão. Com o crescente número de mortos no conflito e com o alistamento militar obrigatório, a guerra estava no seu auge. A música de Country Joe, paralelamente, fazia também uma defesa dos veteranos que haviam servido no conflito, uma vez que certos setores da sociedade americana retaliavam os fracassos. Assim, o músico conseguiu reunir várias emoções sobre a turbulência política e social do período e expressá-las de maneira criativa em uma música que, quando executada em Woodstock, obteve resposta positiva do público e representou um dos momentos políticos do festival.

O hino deturpado de Jimi Hendrix em Woodstock

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Embora não estivesse previamente definido, Jimi Hendrix foi escalado para fechar Woodstock, num show que ocorreu na manhã de segunda-feira, quando apenas 10% do público máximo do festival, estima-se, estava presente. Dessa forma, por volta de 40 mil pessoas – número expressivo para os padrões da época – ainda estavam na fazenda de Max Yasgur para assistir o derradeiro show. Ao final da primeira parte da apresentação de Jimi Hendrix, o guitarrista iniciou uma versão de uma música que não fora combinada com o restante da banda, mas que havia sido ensaiada previamente por Hendrix sozinho.

A canção era o hino "The Star-Spangled Banner", que recebeu uma releitura perversa aos olhos mais conservadores dos valores norte-americanos. Sem a letra, Hendrix recria o hino dos Estados Unidos adicionando, com efeitos da guitarra, barulhos de bombas, metralhadores, sirenes, aviões e todo o caos representativo da guerra.
Segundo Ellen Sander, "Senti que o patriotismo estava sendo redefinido. A frase não tinha sido pronunciada ainda, mas a noção de Nação Woodstock já estava presente. Foi um testamento incrível da alma dele, da alma em si e da alma do país."
Para Billy Altman, "O 'Star-spangled banner' encheu o ar. Parecia a Guerra do Vietnã. Soava como um tiroteio, como helicópteros, como metralhadoras. Ele pegou a canção e fez algo que ninguém nunca julgou possível com o hino nacional. Ele o fez soar como tudo que estava acontecendo no nosso país e em volta do mundo no momento."

Seja visto como profano ou profundo, Hendrix acabou por criar um retrato do contexto político do final dos anos 60. O hino começava de forma patrioticamente correta, porém, o meio era permeado pelos citados barulhos e simbolismos, voltando, no fim, à melodia da música. Desta maneira, o guitarrista não só remetia ao Vietnã, mas também à história dos Estados Unidos como um todo, marcada pelas guerras. A performance de Hendrix no último show de Woodstock permanece como uma das maiores lembranças dos três dias do festival: o hino deturpado, como uma de suas manifestações políticas.

Jimi Hedrix retrata a guerra em uma nova faixa

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Pouco mais de um mês depois de Woodstock, Jimi Hendrix lançaria uma música que novamente retratava a guerra no instrumental, mas que agora continha uma letra, também sobre o conflito. "Machine Gun" possuía um riff em que o baixo, a bateria e a guitarra atuavam juntos na tentativa de simular o barulho de uma metralhadora disparando. A canção nunca fora gravada em estúdio, e sua letra variava nos shows, apesar de seguir uma linha geral da representação do ponto de vista de um soldado lutando na guerra.        

Machine gun, yeah
Tearing my body all apart

Evil man make me kill ya
Evil man make you kill me
Evil man make me kill you
Even though we’re only families apart


A música culpa os “homens malvados” dos governos por forçarem os soldados a terem que matar uns aos outros, ainda que sejam apenas de famílias separadas. A igualdade entre os povos é ressaltada, em detrimento de posicionamentos políticos e ideológicos. Ao final da música, no álbum ao vivo Band of Gypsys, Hendrix reforça sua mensagem

Yeah, that’s what we don’t wanna hear anymore, alright?
(No bullets)
At least here, huh huh
(No guns, no bombs)
Huh huh
(No nothin’, just let’s all live and live)
(You know, instead of killin’)

Apesar do pedido de Hendrix pelo fim das balas, armas e bombas, a Guerra do Vietnã ainda traria milhares de mortes pelos próximos quatro anos.

Conclusão

Pela análise das músicas citadas, por fim, podemos notar a multiplicidade de assuntos que giram em torno do tema principal da Guerra do Vietnã. As canções estudadas, talvez com a exceção de "Give Peace a Chance", fogem da crítica simples na fórmula do “parem a guerra” ou “precisamos de paz”. Pelo contrário: a criatividade das letras, e no caso de Jimi Hendrix, também no instrumental, refletiam pensamentos mais aprofundados sobre o que estava acontecendo.

John Lennon fez sua crítica ao comportamento da sociedade, preocupada com assuntos diversos, mas surda quanto ao pedido por paz. John Fogerty e o Creedence Clearwater Revival atacaram o privilégio de certas pessoas em não serem chamadas para servir no conflito por terem contatos influentes. Country Joe Mcdonald, por sua vez, foi ácido e irônico ao convidar os pais de jovens a enviarem seus filhos para a guerra e serem os primeiros a recebê-los de volta num caixão.

Jimi Hendrix fez uma apresentação sublime e profana do hino nacional norte-americano confundindo-o com barulhos da guerra, pervertendo um dos símbolos da história dos Estados Unidos. Com "Machine Gun", o guitarrista seria mais direto em sua crítica, colocando a culpa em homens maléficos que provocam a morte entre famílias separadas pela distância.

Dessa forma, é possível perceber como a música, e mais especificamente o rock, contribuíram para a crítica política no contexto dos Estados Unidos nos anos 60. Fosse aproveitando-se da fama para passar uma mensagem, fosse utilizando-se de momentos específicos para realizar uma crítica, os músicos mostravam sua atenção com o que ocorria no mundo, contrariando a imagem de uma juventude desraigada politicamente que se limitava ao estereótipo de sexo, drogas e rock and roll.

                                                                                                  Por Marlon Sérgio


Fonte: Crítica e representação da Guerra do Vietnã no rock dos anos 1960 http://whiplash.net/materias/biografias/099509-jimihendrix.html#ixzz2XTc4Gz8C

 

                                         Imagine - John Lennon (Legendado) Excellent !!!

                                              

                                                 John Lennon - Give Peace a Chance 1

                                                  

                                                    Jimi Hendrix  - "Machine Gun"

 
                                           

                                   Country Joe McDonald: Feel Like I'm Fixin' to Die Rag


 
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