quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A música da alma



Na foto, a fabulosa, autêntica soul woman, Gladys Knight.


Soul (em inglês, "alma") é um gênero musical original dos Estados Unidos que nasceu do rhythm and blues e do gospel durante o final da década de 50 e início da década de 60 entre os negros. Nessa época, o termo "soul" já era usado nos EUA como um adjetivo em referência ao negro, como em "soul food" ("comida de negro".) Esse uso apareceu justamente num período de vários movimentos de liberalismo social, tanto com a revolução dos jovens com o uso das drogas como os movimentos anti-guerra e anti-racial. Por consequência, pode-se resumir a música soul como uma referência à música dos negros, independente do gênero. 

O soul é emotivo, visceral, "de alma"; a melodia é bem ornamentada e com improvisações, efeitos sonoros dos instrumentos, em muitos casos com rodopios do artista. Os ritmos "pegam" facilmente, alguns acentuados com o bater de palmas e os movimentos plásticos da coreografia. Outras características estilísticas importantes são as perguntas e respostas entre o cantor solista e o grupo coral e uma interpretação dramática do artista. O soul normalmente apresenta acompanhamento de uma banda tradicionalmente composta de
uma seção rítmica e de metais.

São tantos os cantores e grupos de soul e tantas as suas vertentes que certamente deixaremos de citar muitos importantes. Para não nos estendermos muito, apresentaremos aqui somente um pequeno tira-gosto. Entre os muitos e muitos artistas desse gênero, grande parte deles verdadeiras lendas da música em todos os tempos, estão Ray Charles, Aretha Franklin, Otis Redding, Marvin Gaye, Wilson Pickett, Smokey Robinson, Martha Reeves, Matt Giraud, The Four Tops, Ben E. King, Solomon Burke, Jackie Wilson, Sam Cooke, Percy Sledge, The Isley Brothers, Little Richard, Chuck Berry, The Righteous Brothers, Esther Phillips, James Brown,Bobby Bland, Joe Tex, Curtis Mayfield, Daryl Hall & John Oates, Gladys Knight & the Pips, Booker T. Jones, Steve Cropper, Donald "Duck" Dunn, Al Jackson, Carla Thomas, Sam & Dave, Rufus Thomas, William Bell, Eddie Floyd, Jerry Butler, Betty Everett, Dee Clark, Gene Chandler, The Fascinations, The Five Stairsteps, Fats Domino, Irma Thomas, Jessie Hill, Kenner Kris, Benny Spellman, Ernie K. Doe, Harold Melvin & The Blue Notes, MFSB, The O' Jays,The Stylistics, The Spinners, Billy Paul, The Four Seasons, Frankie Valli, Anita Baker, Luther Vandross, Stevie Wonder, Corinne Bailey Rae, George Benson, The Blues Brothers e centenas de outros. no Brasil, os maiores nomes foram/são, em primeiríssimo lugar, Tim Maia (que nos legou seu sobrinho quase que igualmente bom Ed Mota.) Temos também Toni Tornado, Gerson King Combo, Hyldon, a Banda Black Rio e outros de menor expressão.

Muitos costumam apontar um(a) ou outro(a) como rei(rainha) do soul, mas na verdade isso definitivamente não existe, porque cada um é ótimo em seu estilo. O soul é uma música difícil de não gostar, é adrenalina e emoção puras na veia, na alma. Assim como o rock,
a soul music teve grande penetração no cenário da música sobretudo dos anos 60 e até hoje, e assim como o rock é embalada, irresistível, arrebatadora. Mas chega de tentativas de explicação do soul - ele se explica melhor sendo ouvido. 

 
Try a Little Tenderness - Otis Redding



Let's Get It On - Marvin Gaye
  


Let's Get It On - Matt Giraud
    


Lean On Me - Aretha Franklin 
 


Unchained (The Payback/Untouchable) - James Brown (fez parte da trilha de "Django Livre", de Quentin Tarantino, indicado ao Oscar de 2013.) 
 


Me Dê Um Motivo - Tim Maia (o número 1 absoluto do soul no Brasil)
   


I Can't Stop Loving You - Solomon Burke
   


First You Cry - Percy Sledge
   


I Can't Stop Loving You - Ray Charles
   

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Mestre Bezerra da Silva - malandro é malandro, mané é mané.



Hoje, 23 de feveiro, estaria fazendo 86 anos o nosso Mestre Bezerra da Silva, nascido em /1927 em Recife, Pernambuco (mas cedo adotando o Morro do Cantagalo, no Rio.) Cantor, compositor, violonista e percussionista, seu estilo era o coco e partido o alto, subgêneros do samba. Embaixador dos morros e favelas, os principais temas das suas canções foram os problemas sociais das comunidade - a vida do povo e os problemas da sociedade e das favelas, como a exploração e a opressão dos trabalhadores, a malandragem e ladrões à margem da lei, a questão do uso de drogas e a condenação à "caguetagem" (delação de companheiros).

 Esta última temática refere-se a uma das principais estratégias de sobrevivência da "malandragem" em comunidades militarizadas pelo Estado e sob constante vigilância policial, onde a "malandragem" exerce influência e medo p/que os moradores destas localidades não os delatem aos órgãos do Estado. São numerosos os sambas de Bezerra da Silva que condenam de forma apológica os "dedo-duros". Reflexos de uma sociedade que habita um Estado incapaz de garantir a segurança da população, que apela p/ a falsa segurança oferecida por traficantes e marginais, mas que na maioria das vezes é necessária, pois os indivíduos de fora deste grupo social os têm como inimigos. Concluindo-se assim, que não são os moradores do morro que fomentam a guerra, apenas defendem-se como podem.

Desde a infância foi ligado à música e sempre sentiu que tinha o dom de tocar, indo morar no Rio de Janeiro. Ingressou na Marinha Mercante, deixou-a e foi trabalhar como pintor na construção civil, no Morro do Cantagalo, Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo era percussionista  e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou p/ a Rádio Clube do Brasil, em 1950. Durante 7 anos viveu como morador de rua em Copacabana, até que passou a atuar como compositor, instrumentista e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP 6 anos depois.

A partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar público. O verdadeiro precursor do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como "Malandragem, Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171" e "Candidato Caô Caô". Em 1995 gravou "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. Aliás, durante sua carreira, Bezerra fez diversas parcerias incríveis, deliciosas, algumas inusitadas. O sambista virou livro em 1998, com "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna.

Sua discografia é extensa:

    - O Rei Do Côco - Vol. 1 (1975)
    - O Rei Do Côco (1976)
    - Partido Alto Nota 10 Bezerra e Genaro (1977)
    - Partido Alto Nota 10 Vol.2 - Bezerra e Seus Convidados (1979)
    - Partido Alto Nota 10 Vol.3 - Bezerra e Rey Jordão (1980)
    - Partido Muito Alto (1980)
    - Samba Partido e Outras Comidas (1981)
    - Bezerra e um Punhado de Bambas (1982)
    - Produto do Morro (1983)
    - É Esse Aí Que É o Homem (1984)
    - Malandro Rife (1985)
    - Alô Malandragem, Maloca o Flagrante (1986)
    - Justiça Social (1987)
    - Violência Gera Violência (1988)
    - Se Não Fosse o Samba (1989)
    - Eu não sou Santo (1990)
    - Partideiro da Pesada (1991)
    - Presidente Caô Caô (1992)
    - Cocada Boa (1993)
    - Bezerra, Moreira e Dicró - Os 3 Malandros In Concert (1995)
    - Contra O VERDADEIRO Canalha (Bambas Do Samba) (1995)
    - Meu Samba É Duro na Queda (1996)
    - Eu Tô de Pé (1998)
    - Provando e Comprovando sua Versatilidade (1998)
    - Bezerra da Silva: Ao Vivo (1999)
    - Malandro é Malandro e Mané é Mané (2000)
    - A Gíria é Cultura do Povo (2002)
    - Caminho de Luz (2003) GOSPEL
    - Pega Eu (2003)
    - Meu Bom Juiz (2003)
    - O Partido Alto do Samba (2004)
    -  Série Maxximum - Bezerra da Silva (2005)
    - O Samba Malandro de Bezerra da Silva (2005)
    - Caminho de Luz (2005) (Gospel)
    - Nosso Sentimento de TYKERES (2012)




 A ótima "Sequestraram Minha Sogra"



Os três (adoráveis) malandros (Bezerra da Silva, Moreira da Silva e Dicró) - 
paródia aos Três Tenores (no programa do Jô)




Tom  Zé e Jair Oliveira (Jairzinho Filho) fazem um tributo a Bezerra cantando 
em "Sem Saia, Sem Cera, Sem Censura"



"A Semente"





Maravilhoso tributo a Bezerra da Silva - diversos artistas





Os Três Malandros In Concert (Bezerra da Silva, Moreira da Silva e Dicró)

 

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Gabriel - há vida inteligente na Terra Brasilis



 Gabriel O Pensador lança CD "Sem Crise", abordando temas como surf, violência e cafajestagem. Aos 38 anos, Gabriel não lançava um disco desde 2005. "Sem Crise" está nas lojas e quebra esse jejum que na verdade preocupou mais os fãs do que o cantor carioca. As gravações foram feitas entre 2003 e 2012, período em que não parou com os shows e deu vazão a seu lado escritor. "Ganhei o Jabuti em 2006 e, daí em diante, aumentou muito o número de palestras por causa dos livros." O prêmio citado, o mais tradicional da literatura brasileira, veio com "Um Garoto Chamado Roberto". "Eu não tive pressa de gravar.

Algumas músicas foram colocadas nos shows nesse período. Foi dando certo. 'Surfista' tem uma resposta forte do público", diz, referindo-se à canção "Solitário Surfista". "Nos últimos anos, eu deixei o surf muito de lado e ele foi muito importante na minha formação. Quero equilibrar mais a minha vida, me faz falta o surf." O álbum tem a participação de Nando "Titãs" Reis ("Boca com Boca") e Rogério Flausino, do Jota Quest, que divide vocais com Gabriel em "Brilho Cego", uma releitura dançante de "Fé Cega, Faca Amolada", clássico de Milton Nascimento. Rever obras da MPB era uma ideia mais ampla, depois não aproveitada. "Essa música veio dessa vontade, que depois foi se diluindo, e o disco
não foi por esse caminho."

Quando surgiu, nos anos 90, Gabriel logo enfileirou sucessos eletrizantes e polêmicos que garantiram seu lugar no mercado, como "Lôrabúrra" e "Retrato de um Playboy (Juventude Perdida)". Gabriel ainda escreve letras incisivas, à conscientização e à polêmica. "Existe uma demanda para isso, a música brasileira anda extremamente alienada e pobre. Acho que nesse disco, 'Nunca Serão' concentrou muito esse lado, tem muita coisa na letra, engloba violência, mensalão..."

"Nunca Serão" traz na letra algo inusitado, criativo e interessante: o encontro do narrador com o Capitão Nascimento, de "Tropa de Elite". A conversa entre eles leva à constatação de que certas coisas erradas no Brasil dificilmente serão consertadas, como o descaso com saúde e educação. Outra faixa que pode repercutir bastante é "Homem Não Presta", esta mais para o lado do bom humor. Fala do lado cafajeste dos homens e tem a cantora Luciana Bauer desfilando uma engraçada lista de xingamentos que as mulheres destinam aos machos da espécie. Gabriel se diz feliz com o lançamento do sétimo CD e segue promovendo batalhas de rappers em seus shows. É o projeto "Rimadores Anônimos", com
rappers dos locais por onde passa sua turnê.


Solitário Surfista




Homem Não Presta


sábado, 9 de fevereiro de 2013

Maria Rita, Elis e Carnaval


 Maria Rita sempre gostou de Carnaval, tem samba no pé e alma de foliã. A cantora é madrinha da bateria do Bola Preta desde 2008 e já desfilou como madrinha da bateria da Vai Vai. A cantora gosta tanto de Carnaval que topou participar, no final de sua segunda gestação, do projeto “Carnavalaça”, um livro e CD reunindo 19 canções carnavalescas. No livro, a história do Carnaval através de 34 aquarelas com letras a partituras. Maria Rita canta três faixas: Bandeira Branca, de Laércio Alves e Max Nunes, Máscara Negra,
de Hildebrando Matos e Zé Kéti e Não Deixe o Samba Morrer, de Edson e Aluísio. Além de Maria Rita, participaram do projeto Chico Buarque, Mart’nália, Martinho da Vila, Luiz Melodia, entre outros. 
 
Ainda em turnê pelo Brasil cantando músicas da mãe Elis Regina no "Viva Elis", que continua arrasando, encontrou tempo para cair na folia
e participar desse projeto que a encanta e encanta todos que a ouvem. Mas melhor que palavras são imagens e sons. Vejam essa garota maravilhosa cantando "Não Deixe o Samba Morrer":



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O lado B do rock progressivo - The Nice, Pink Floyd, Gentle Giant & outros


Pink Floyd à época de um dos seus discos mais importantes e badalados: "The Dark Side of the Moon". Formação clássica: Richard Whright,  David Gilmour, Nick Mason e Roger Waters. 


 Ex-tecladista do The Nice, Keith Emerson, tocando um moog, um teclado com sintetizadores.

No final dos anos 60, a banda The Nice fez insurgir, juntamente com os Beatles e o Pink Floyd, o nascimento do rock progressivo. Comandado pelo tecladista Keith Emerson, que mais tarde faria parte do trio progressista Emerson, Lake and Palmer, o The Nice lançou no final dos anos 60 o álbum The Thoughts of Emerlist Davjack, sendo considerado o primeiro disco de rock progressivo, abrangendo uma discussão que não tem fim sobre quem foi “o primeiro filho do prog rock”. Formada em 1967, a banda encerrou em 1971, tendo lançado 5 álbuns que praticamente ficaram esquecidos no limbo.

No meio do caminho, a exemplo do The Nice, muitas bandas “murcharam”, apesar de possuírem um trabalho musical de boa qualidade, mas que, ao passar do tempo, se tornaram insólitas. E no caso do The Nice há o agravante de que o grupo foi um dos fundadores do prog. Outro motivo que fez grupos progressistas serem comumente citadas como bandas sem muita evidência no cenário musical foi a pretensa ambição de galgar níveis estratosféricos da música, ou seja, o tiro saiu pela culatra e esses grupos, ao invés de angariar fãs, afastaram-nos ainda mais. 

            A banda Gentle Giant, formada nos anos 70 pelos irmãos Derek e Ray Shulman, tinha como principal proposta “expandir as fronteiras da música popular contemporânea, com o risco de se tornar muito impopular”. Com isso, o grupo já profetizava que sua ambição de tornar o rock complexo e erudito demais afastaria muitos ouvintes e daria lugar a uma música elitista, a qual poucos fãs ouviriam e distinguiriam os elementos fundamentais do som produzido pela trupe dos irmãos Shulman. Fato é que a pretensão do Gentle Giant era tamanha que a banda utilizou mais de 20 instrumentos para compor o álbum Acquiring the Taste.

Em contrapartida, o Pink Floyd tornava o rock progressivo mais acessível. Dentro do prog, é inegável que o Pink Floyd é a banda mais popular do gênero. Segundo o jornalista John Harris, autor do livro The Dark Side of the Moon, os bastidores da obra-prima do Pink Floyd, a ideia de simplificar o som da banda, partiu principalmente do guitarrista David Gilmour, que alertara o baixista e vocalista Roger Waters durante a gravação do álbum que as letras da banda possuíam indiretas demais e que aquele era o momento de ir direto ao ponto. Resultado: The Dark Side of the Moon figurou por mais de 700 semanas no top 200 da Billboard e já vendeu mais de 30 milhões de cópias nos quatro cantos do planeta. 

            Um fato curioso é que, a exemplo do Gentle Giant, algumas bandas progs foram perdendo certa visibilidade no meio musical, o que não significa que tais grupos não sejam famosos, apenas não tiveram o mesmo êxito que outras bandas mais populares dentro do gênero, como, por exemplo, Pink Floyd, Genesis, Jethro Tull e Rush. Só mesmo sendo fã de rock progressivo (fã que é fã acaba se aprofundando no estilo musical que gosta) para ter conhecimento de fantásticos grupos progs como o já citado Gentle Giant, além de Camel, Eloy, Van der Graaf Generator, Triumvirat, Nektar, Soft Machine e Colosseum (essas duas últimas com forte sonoridade jazzística). E há ainda bandas que não são necessariamente progs, mas que de certa forma beberam um pouco da fonte do rock progressivo e que merecem ser ouvidas, como Epitaph, Iron Butterfly e Andromeda. No caso dessas bandas, a influência do rock progressivo é um tanto sutil.

No caso do Focus e do King Crimson, por exemplo, já é difícil enquadrá-los como grupos que não tiveram notoriedade. Indo direto ao ponto: o Pink Floyd projetou uma sombra enorme sobre as outras bandas de rock progressivo. Os leigos no assunto certamente questionarão: o que é o rock progressivo além do Pink Floyd? Porém, é certo que isso ocorre em qualquer estilo musical. É inegável que o Pink Floyd é uma grande banda, uma das melhores do gênero, mas o prog é muito mais rico do que se imagina, e está além das maravilhas audiovisuais da banda. Inclusive, pouco se fala do rock progressivo fora do eixo composto por Inglaterra e Estados Unidos. Na Itália, por exemplo, grupos como Premiata Forneria Marconi, Banco del Mutuo Soccorso, Acqua Fragile, Quella Vecchia Locanda, De De Lind, Maxophone, Biglietto per l'Inferno, Buono Vecchio Charlie e Museo Rosenbach são verdadeiras pérolas do prog rock. 

Autor: Gary Moore


The Nice - America
Pink Floyd - Comfortably Numb (the "The Wall", outro dos discos mais importantes de sua carreira.)
King Crimson - Epitaph 
Gentle Giant - Funny Ways

 
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