O filme australiano
“Shine – Brilhante”, aclamado pela crítica e pelo público mundiais como uma obra genial e vencedor de vários prêmios importantes, conta a história verídica do menino prodígio
David Helfgott, mostrando sua genialidade e paixão pela música erudita, especialmente seu dom excepcional para o piano. Porém, a rejeição, severidade e maus tratos de seu pai e a pressão tanto do pai como dos professores da Academia Real de Música de Londres para que seus concertos sejam perfeitos e sempre com peças muito difíceis, que inclusive vários pianistas consagrados não ousam apresentar em público, desencadeiam nele uma grave esquizofrenia hebefrênica, que irrompe com toda a sua força quando David sofre grande stress seguido de um colapso mental ao se apresentar em seu primeiro recital, ainda adolescente, interpretando o dificílimo
Concerto nº 3 in D minor 1, de Rachmaninoff, e o leva à internação por longo tempo em um sanatório.
Mas a doença já dava sinais desde que ele era menino: o garoto era extremamente tímido, tinha modos atrapalhados e estranhos. No sanatório, já adulto, um dia recebe a visita de uma mulher a quem se apega muito e por quem é correspondido, e o amor dessa mulher, que o aceita a despeito da doença, assim como o apoio de alguns bons amigos, aos poucos o vão ajudando a recuperar algumas habilidades sociais e musicais e voltar a se apresentar às plateias pelo mundo afora. Um caso quase milagroso de recuperação de uma grave doença mental, uma celebração do espírito humano e da força redentora do amor.
Shine - trailer do filme
Cena memorável em que
David recebe orientações
de seu grande mestre sobre como tocar piano, sobretudo o dificílimo Concerto nº
3 in D minor 1, de Rachmaninoff – conhecido como “Rach 3”.
Nesta
cena antológica, David chega todo mal ajambrado, como um mendigo, em um bar
onde há um piano e senta-se para tocar. Algumas pessoas, pensando que se trata
de um vagabundo qualquer, zombam dele e tentam expulsá-lo, até que ele começa a
tocar a complexa “Flight of the Bumblebee” com perfeição e grande velocidade,
deixando todos muito impressionados..
O desenvolvimento e as razões da esquizofrenia de David Helfgott desde a infância até a irrupção completa, na adolescência.
A pianista argentina Martha
Argerich interpreta a “Rach 3”, a mesma que foi tocada por David, ainda
adolescente, em sua primeira apresentação pública, quando sofre um grande
stress e, em consequência, um colapso mental, e é levado imediatamente a um
atendimento de emergência em um sanatório, onde se descobre que irrompeu-lhe
uma grave esquizofrenia hebefrênica.
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26 comentários:
Simplesmente IM-PRES-SIO-NAN-TE. Parabéns, garota. Beijos e cada vez mais sucesso.
Márcio
Eu tenho que concordar com você: é realmente impressionante. A história real, o filme, o talento de David Helfgott, sua queda e redenção milagrosa, a música de Rachmaninoff.
Obrigada, muito obrigada pelo desejo de sucesso, que eu sei da tua sinceridade.
Um beijo
Liane
nossa, amo música! vou ter que baixar esse filme (:
Terre, vá em frente, faça isso mesmo, vai amar. Aliás, quando alguém me pergunta um filme que me marcou, ou que eu indico, o primeiro que me vem à mente é esse. Imperdível mesmo, super bem feito em todos os sentidos, empolgante, emocionante.
E a música de Rachmaninoff... sem comentários, veja os vídeos, veja o filme, e conclua. Aliás, estou tentando encontrar um clip pra postar aqui, que é uma cena do próprio David (no filme) executando a Rach 3 e ao final tendo o colapso mental. É maravilhosa (quando ele toca a música) e impressionante (pela genialidade dele e quando tem o surto).
Um beijo, meu amigo
A esquizofrenia e a arte não tem sido uma dupla impossível. O exemplo clássico dessa parceria "louca" é Van Gogh. Na música, temos muitos casos de sucesso, incluindo o genial Arnaldo Baptista, cabeça dos Mutantes. Se procurarmos um pouco mais, certamente encontraremos mais exemplos de sucesso em várias expressões artísticas. A arte é o sentimento, não a razão.
Pura verdade, Ruyzinho. E isso não é achismo ou glamourização indevida da loucura: há estudos bem recentes demonstrando uma ligação de doenças mentais como esquizofrenia e bipolaridade à criatividade, ao dom para as artes, até mesmo para a genialidade. Até já fizemos uma postagem sobre isso e realmente, os exemplos são muitos e muitos, e inclusive de gente muito boa e bem integrada social e profissionalmente, incluindo grandes gênios de todos os tempos em diversas áreas. Mas infelizmente tivemos problemas técnicos e a matéria acabou sendo perdida. Voltaremos a falar no assunto.
Um beijo grande e continue nos seguindo, tá?
Liane, muito legal o seu blog, adoro música. E esse filme é realmente fantástico, emocionante, ótima escolha a tua, mais uma vez. Sempre que tiver um tempinho, vou dar um chego no teu espaço.
um abração
Nori, que bom te ver aqui de novo... Pelo jeito tá gostando mesmo do nosso espaço... Isso é muito gostoso, sabe? E bom também é estarmos nos encontrando e tendo afinidades depois de tanto tempo, lembrarmos daquela época gostosa da faculdade...
Sim, venha nos visitar mesmo, até porque a gente vai melhorar mais ainda, queremos oferecer mais atrativos e diversão aos seguidores - na verdade amigos (e no teu caso específico, literalmente amigo), com quem gostaríamos de ter uma troca não impessoal, não só intelectual, mas também um convívio afetuoso e enriquecedor.
Beijo grande
Liane, minha amiga, arrasou. Não sei o que é melhor, o filme, a música ou a compreensão sobre a esquizofrenia. O blog diverte, emociona e traz cultura. Continuem assim, que é disso que este país precisa, e não de tanto lixo que circula pela internet.
Muitos beijos e todo sucesso para você! *Diego Castellamarii
Diego, que bom, então estamos conseguindo bem o que queríamos: diversão, emoção e cultura. Pra todos nós, porque nós que fazemos o blog também curtimos e nos beneficiamos.
Beijão, amigo, e que você goste cada vez mais do nosso cantinho!
Muito interessante parabéns pela escolha do tema. Esse blog tá cada vez melhor!
Rachmaninoff tem o poder de socorrer os abismos da alma humana.
Conheci a brilhante Martha Argerich na Europa. Sem dúvidas, ela é indicada para retratar o lado inocente, angelical da música, pois seu toque é de uma sutileza impressionante.
Nestes atributos, a escolha para a interpretação parece fazer ressoar a questão dos cristais musicais, a parte íntima raramente discernida na grande massa de sons, mas indispensável para chamar as linhas da alma adormecida.
Para conhecer o dom de Argerich, vale a pena buscar suas interpretações de Mozart, imperdíveis e até certo ponto, insuperáveis, mesmo para os padrões austríacos de Salzburg, a capital do classissismo mundial.
No aspecto vibracional, a força de Rachmaninoff converge para a o momento onde a humanidade presenciou a agonia do amor. Então, os acordes maiores se redobram e criam uma orbe fantástica de emoções inexpugnáveis. No fundo, a convergência harmônica é o retrato do desespero da alma, uma fuga desesperada para um recanto paradisíaco. Curioso dizer que isto poderia soar fora de época, porque ao mesmo tempo Stravinsky já detonara o código harmônico, e a bauhaus alemã já juntava adeptos no movimento musical, se contrapondo ao saudosismo romântico. E aqui, entre nós, você pode comparar com as harmonias utilizadas pelo nosso Villa Lobos, muito, muito diferentes da base de Rachmaninoff. Neste prisma, podemos antever uma guerra de titâs na harmonia...a modernidade com acordes dissonantes caminha para sucumbir a inocência do passado. O último romântico agoniza em doçuras jamais superadas de enlevo harmônico.
Esta combinação é muito afortunada para o tema de auto superação estabelecido no filme. O passado precisa retornar...precisa sobrepujar a dura realidade da extinção em massa promovida pelas 2 grandes guerras. Assim, se a gente olhar um pouco mais para dentro, creio que podemos ver um pouco do nosso próprio medo de (re)viver nestas cenas...magistrais.
Neuron "Rafa" Genocide
Bem, meu lindo, pra você eu posso admitir: o tema é foda mesmo... eheheh... Mas quem tem que agradecer é o Scoth Hicks (o diretor do filme), o Geoffrey Rush, que fez o David adulto, o Noah Taylor, que fez ele adolescente, o próprio David Helfgott e o Rachmaninoff... (TE JURO QUE EU SABIA ESSES NOMES TODOS DE CABEÇA, NEM "GOOGLEI"! De tanto que eu amo esse filme, sei o nome até dos lanterninhas dos cinemas de Quixeramobim onde ele foi exibido.)
Agora, momento modéstia e pé no chão: o blog ainda tem muito que melhorar, não podemos nos deitar sobre os primeiros louros e achar que estamos "podendo", que tem muita estrada ainda. Mas obrigada mesmo assim, eu sei que você tá gostando de verdade.
Um beijinho da "Taturana Bacana"
Muito bom passar por aqui.Vou ter que me banhar disto para poder dizer algo que faça sentido além do que já se lê/Vê/Ouve por aqui!
Mari
Faça isso mesmo... Tenho certeza de que vão sair palavras cheias de consistência e beleza, como tudo que você escreve.
E que bom ter você aqui... que seja por muito tempo.
Beijo
Felipe
Não sei se não é impressão minha, mas nesta tua postagem, senti, nas entrelinhas (ou nem tanto), um pouco da tua alma sensível se expressando. Porque este filme e esta música realmente tocam a alma dos seres mais emotivos. Há muitos momentos emocionantes, mas em um deles, que só aparece insinuado em um dos vídeos, que é quando David Helfgott, ao se apresentar novamente depois de muito tempo, chora convulsivamente ao final do recital, não há como não nos identificarmos com o sentimento do personagem, que demonstra ser o menino frágil que sempre foi e continua sendo, e somos levados às lágrimas, de tristeza por toda a dor por que ele passou, assim como de alegria pela sua fabulosa superação.
Realmente, a Rach 3, magistralmente, fala de amor e sentimentos profundos da alma, de sentimentos bons, de sentimentos melancólicos e de sentimentos complexos e indefiníveis, mesmo para os leigos como eu.
O medo (e acrescento: ao mesmo tempo desejo) a que você se refere de (re)viver é comum a todos nós, com maior ou menor intensidade, mas alguns o percebem claramente, outros não.
Aparentemente nós, os sensíveis, sofremos mais, mas não é verdade, porque, se por um lado sentimos mais as dores da vida, não só as nossas como as do mundo, ao mesmo tempo sentimos a existência mais profundamente, somos capazes de ter sensações e sentimentos poderosos, sublimes, sutis, que os mais simplórios jamais conhecem.
Obrigada, queridinho, por sempre dividir conosco todo o teu conhecimento, assim como a beleza melancólica/feliz da tua alma.
Muito interessante Lilly, assim que tiver oportunidade quero ver o filme.
E, sem duvida o AMOR é o remédio para cura de muitos males.
Clau
Faça isso mesmo, pq realmente é um dos melhores filmes que vc possa assistir. Está na minha lista de preferidos e sempre o recomendo a todo mundo.
E... pode parecer clichê ou sabedoria de rodoviária, mas a realidade é que verdadeiramente o AMOR tudo pode.
Beijão
Que história realmente impressinante!!! E o filme parece retratá-la mto bem, vou por na minha relação de filmes para assistir. Aliás, me interesso mto por tudo relacionado a psicologia e a loucura sempre chama a atenção, apesar de chocante e do horror que é. Felizmente teve final feliz, pq a maioria dos esquizofrênicos acabam passando o resto de suas vidas em sanatórios sujos e deprimentes, mto mal cuidados ou então num canto da casa desprezado e esquecido pala família que ainda por cima tem vergonha dele.
Bjs
Viv
Viv
Também sou apaixonada por psicologia e tudo que se refere à natureza e ao comportamento humanos. Concordo c/vc: a loucura, apesar da tristeza e da devastação que causa numa vida, tem mesmo esse poder de fascinar - talvez por nos lembrar o quanto a mente humana é complexa e incompreensível.
O filme é mais que bom, é excelente. Já disse aqui várias vezes que é um dos que mais recomendo, foi mto. marcante para mim.
Beijokas
Que filme lindo e triste ao mesmo tempo...... e que música maravilhosa...... Gostei das cenas, principalmente aquela onde o David chega no bar e dá show no piano e deixa todos de queixo caído.
Assunto mto. interessante, escrevam mais sobre esse tipo de coisa.
Bjs
Ana
Estou vendo que vc está que nem um "ratinho" aqui no nosso blog, procurando coisinhas legais. (E ouso dizer que esta postagem é legal mesmo, um tema mto.atraente.) Que bacana! Isso nos estimula mto.e nos faz crer que estamos acertando no gosto do pessoal.
Pois pode continuar assim, a casa é sua, passeie nela à vontade. E sempre, tá bem?
Beijokas
Realmente a música que esse homem tira dos dedos é fabulosa. Temos alguns esquizofrênicos que foram realmente geniais, pontuando a história.
Eu fui diagnosticado com esquizofrenia paranoide e faço tratamento a um ano e meio. Uma coisa que percebi depois de tomar conhecimento do meu problema, é o stigma social que muitos esquizofrênicos e outros pacientes psiquiátricos sofrem. Muitos acham que somos loucos em tempo integral, sendo que a doença é caracterizada normalmente por surtos esporádicos que com tratamento adequado dificilmente se repetem. Outros nos veem como incapazes, que a doença nos impossibilita de sermos produtivos e criativos, outra inverdade.
Está ai a história de Helfgott para mostrar exatamente o contrário.
Maravilhoso seu artigo sobre o filme! Amei suas considerações com os trechos do filme disponíveis!
Parabéns!
Muito bom passar por esse blog, ainda mais depois do diagnóstico de esquizofrenia que recebi. Não me sinto louca, apenas tenho uma percepção diferente do mundo e das pessoas. Mas é difícil conviver com o preconceito, as pessoas não me entendem, nem mesmo minha família!
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