terça-feira, 29 de outubro de 2013

Futebol, mulher & rock'n'roll (ou samba, ou reggae, ou bossa nova, ou sertaneja, ou marchinha, ou lenta, ou qualquer ritmo)



Brasil, país do futebol? Eu diria diferente: futebol, paixão mundial (até gringo norte-americano, que não leva lá muito jeito pra coisa, não consegue resistir.) E quando se junta então com a música, fica verdadeiramente irresistível, uma paixão arrebatadora. Músicos os mais variados, os mais inusitados, de todos os países e de todos os gêneros musicais, desde os mais simples aos mais sofisticados, compõem e compuseram sobre futebol - e não é de hoje: até mestre Pixinguinha deu a sua contribuição, com a muito graciosa e contagiante "Um a Zero". Isso sem falar nos hinos de times e de torcidas, alguns verdadeiras obras-primas, como o "Até a Pé Nós Iremos", do Grêmio Portoalegrense, de outro mestre, Lupicínio Rodriges. Há ainda as músicas comemorativas de eventos futebolíscos, de incentivo a seleções, as homenagens a jogadores ou times, e assim por diante - o futebol é muito inspirador, não há limites para o tipo de canções que ele pode gerar.

Uma pequena mostra de canções que nasceram baseadas no futebol: O Futebol (Chico Buarque), Meio-de-Campo (Gilberto Gil/Elis Regina), Aqui é o País do Futebol (Milton Nascimento), É uma Partida de Futebol (Skank), Eu Quero Ver Gol (O Rappa), Sou Ronaldo (Marcelo D2), Cadê Você (Moacir Franco), Este Jogo Não Pode Ser 1 a 1 (Junior - ex-Flamengo, ex-Seleção), Camisa 10 (Luiz Américo), Hino do Grêmio (Lupicínio Rodrigues), Ally's Tartan Army (Scotland), Aqui Tem um Bando de Loucos (Torcida do Corinthians), Pra Frente Brasil (Miguel Gustavo), O Campeão (Neguinho da Beija-Flor), A Taça do Mundo é Nossa (Wagner Maugeri), Touradas em Madri (Braguinha), Umbabarauma (Jorge Ben), Voa, Canarinho, Voa (Junior - ex-Flamengo, ex-Seleção), Replay (Trio Esperança), Flamengo Até Morrer (Marcos Valle), Meu Time (Siba e a Fuloresta), Seu Ferrera e o Parmera (Douglas Germano), Aqui é o País do Futebol (Wilson Simonal), Todo Mundo (Gaby Amarantos e Monobloco), Beto Bom de Bola (Sérgio Ricardo), e muitas, muitas outras.

Só como tira-gosto, ouçam:


                    La Copa de La Vida - Ricky Martin (tema da Copa da França de 1998)


                                                            Um a Zero - Pixinguinha


                                                           Fio Maravilha - Jorge Ben 


                                                Futebol, Mulher & Rock'n'Roll - Dr. Sin


                                       ¡Olé! - The Bouncing Souls  (banda nova-iorquina)


Imagina na Copa - Fernando e Sorocaba (lançada há pouco tempo, neste ano)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O que está acontecendo com a música brasileira?

Os Diskarados - P*taria no Baile : Foto Reprodução Youtube

Refrões abjetos, rebaixamento da posição da mulher e imbecilização do povo, o que acontece com a música brasileira?








 Pedro Henrique*

Enquanto orquestras tradicionais correm risco de fechar por falta de patrocínio no Brasil, grupos e cantores com conteúdo irrelevante e repetitivo ascendem cada vez mais com a ajuda da mídia burguesa tradicional. A mesma mídia que tenta nos empurrar goela abaixo vários ''artistas'' que tentam nos dizer através de suas músicas que tudo está bem, que tudo é amor, e que é necessário ficar tranquilo que o bem vence o mal no final. Isso na verdade pode até parecer levianismo, já que ultimamente se vê uma ascensão astronômica de hits da Internet, como o funk ostentação e aqueles com conteúdo extremamente erótico, colocando a mulher como um pedaço de amostra de carne.

Fenômenos como Anitta, Michel Teló e outros mais,  sempre vão surgir aqui e acolá, graças ao firme propósito do Sistema, que procura emburrecer a classe trabalhadora, desrespeitando-a com letras de mau gosto, servindo apenas para aumentar o próprio ego, falando de seu carro importado, ou como o cantor se acha o legal por sair na balada e ‘pegar’ várias mulheres, falando de mulheres como se fosse mercadoria, e os mais pobres, certamente consumirão esse produto, pois é este tipo de gente que aparece na tv aos domingos, nos jornais e revistas de fofoca e nas rádios ´´populares`` diariamente. O sistema sabe onde investe, não é atoa que alguns estilos musicais vem recebendo investimento pesado do Ministério da Cultura para divulgação e produção. 

O funk  mesmo degradando cada vez mais a mulher e estimulando o consumismo fútil e exacerbado (onde se paga R$ 1.800 em um óculos), ainda sim, dá  uma pequena opção para jovens e crianças ingressarem no mundo da música, opção infinitamente melhor que o mundo do crime. Porém, esses mesmos jovens sem base educacional nenhuma, só tem por opção, repetirem refrões e jargões tradicionais, ou criarem novos, com conteúdo abjeto e besta, já que é isso que eles aprendem.

Atualmente vejo um gênero musical que ainda sofre muito preconceito, que é o rap, onde a música serve como um instrumento de desabafo e reivindicação por melhorias de um povo sem voz. Não é muito difícil simpatizar com esse gênero, em qualquer visita à uma favela, em menos de cinco minutos você verá que um cantor de rap, ou uma iniciativa ligada ao rap, faz muito mais do que qualquer projeto denominado criança esperança.

Acredito, que a música tem o poder de unir as pessoas, seja de etnias, ideologias, crenças ou culturas diferentes, assim como tem o poder também de expressão, de dizer que este mundo em que vivemos não está tão certo assim como passa na TV. É necessário um discernimento e começar a ver que essa música que nos vendem, só esta nos denegrindo e pregando um ideal de vida totalmente míope de uma realidade revoltante do qual vivemos.

*Pedro Henrique Salles é formado em Filosofia pela Unicamp e escreve regularmente para o Folha Social

 
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