terça-feira, 1 de outubro de 2013

O que está acontecendo com a música brasileira?



Os Diskarados - P*taria no Baile : Foto Reprodução Youtube

Refrões abjetos, rebaixamento da posição da mulher e imbecilização do povo, o que acontece com a música brasileira?








 Pedro Henrique*

Enquanto orquestras tradicionais correm risco de fechar por falta de patrocínio no Brasil, grupos e cantores com conteúdo irrelevante e repetitivo ascendem cada vez mais com a ajuda da mídia burguesa tradicional. A mesma mídia que tenta nos empurrar goela abaixo vários ''artistas'' que tentam nos dizer através de suas músicas que tudo está bem, que tudo é amor, e que é necessário ficar tranquilo que o bem vence o mal no final. Isso na verdade pode até parecer levianismo, já que ultimamente se vê uma ascensão astronômica de hits da Internet, como o funk ostentação e aqueles com conteúdo extremamente erótico, colocando a mulher como um pedaço de amostra de carne.

Fenômenos como Anitta, Michel Teló e outros mais,  sempre vão surgir aqui e acolá, graças ao firme propósito do Sistema, que procura emburrecer a classe trabalhadora, desrespeitando-a com letras de mau gosto, servindo apenas para aumentar o próprio ego, falando de seu carro importado, ou como o cantor se acha o legal por sair na balada e ‘pegar’ várias mulheres, falando de mulheres como se fosse mercadoria, e os mais pobres, certamente consumirão esse produto, pois é este tipo de gente que aparece na tv aos domingos, nos jornais e revistas de fofoca e nas rádios ´´populares`` diariamente. O sistema sabe onde investe, não é atoa que alguns estilos musicais vem recebendo investimento pesado do Ministério da Cultura para divulgação e produção. 

O funk  mesmo degradando cada vez mais a mulher e estimulando o consumismo fútil e exacerbado (onde se paga R$ 1.800 em um óculos), ainda sim, dá  uma pequena opção para jovens e crianças ingressarem no mundo da música, opção infinitamente melhor que o mundo do crime. Porém, esses mesmos jovens sem base educacional nenhuma, só tem por opção, repetirem refrões e jargões tradicionais, ou criarem novos, com conteúdo abjeto e besta, já que é isso que eles aprendem.

Atualmente vejo um gênero musical que ainda sofre muito preconceito, que é o rap, onde a música serve como um instrumento de desabafo e reivindicação por melhorias de um povo sem voz. Não é muito difícil simpatizar com esse gênero, em qualquer visita à uma favela, em menos de cinco minutos você verá que um cantor de rap, ou uma iniciativa ligada ao rap, faz muito mais do que qualquer projeto denominado criança esperança.

Acredito, que a música tem o poder de unir as pessoas, seja de etnias, ideologias, crenças ou culturas diferentes, assim como tem o poder também de expressão, de dizer que este mundo em que vivemos não está tão certo assim como passa na TV. É necessário um discernimento e começar a ver que essa música que nos vendem, só esta nos denegrindo e pregando um ideal de vida totalmente míope de uma realidade revoltante do qual vivemos.

*Pedro Henrique Salles é formado em Filosofia pela Unicamp e escreve regularmente para o Folha Social

1 comentários:

Anônimo disse...

O povo emana os ídolos de hoje, e se a indústria musical está um lixo, é culpa do povão. Mas esses ídolos que elegem caem no ostracismo depois de um tempo, pois somente o que tem qualidade permanece imortal, como é o caso de bandas como Pink Floyd, Led Zeppelin, etc. Quem hoje ouve falar de Michel Teló?

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