Nossa Homenagem a todos que fazem música por aqui. Que nos alegram com suas composições e sons, que nos enchem de orgulho por fazer parte dessa tribo.
Encontramos esse texto maravilhoso do músico Leandro Schaefer e gostaríamos de dividir com vocês.
O que é ser músico? (texto Leandro Schaefer)
- É apaixonar-se por um instrumento ou canto, antes mesmo de aprender música, e sentir que é aquilo que você quer na sua vida!
- É passar horas trancafiado num quarto ou sala estudando o seu instrumento, repetindo, incomodando os vizinhos, os familiares, com a fé de que um dia sua música será linda.
- É trocar o dia lindo lá fora, o passeio e o lazer, pelo estudo musical.
- É enfrentar barreiras sociais, preconceitos, e pelo esforço vencê-los e realizar o seu sonho.
- É ficar feliz com a palavra de apoio diante das dificuldades profissionais e saber fechar os ouvidos para os conselhos que lhe sugerem a desistência.
- É ter uma inesgotável paciência e persistência!
- É ouvir: "Mas além da música, você trabalha em que mesmo?", e saber perdoar a ofensa.
- É saber que a vida profissional é difícil, que há espaço para os mais qualificados, e mesmo assim estar disposto a conquistar o seu espaço!
- É praticar centenas, milhares de horas e ouvir o seu mestre dizer: "pode ser melhor".
- É conviver e conhecer pessoas MARAVILHOSAS, dotadas de valores, caráter, e moral ímpares!
- É aprender que você precisa ser forte diante do desprezo de algumas pessoas que não valorizam o que você faz.
- É receber um salário digno pela sua arte e agradecer a Deus por poder viver daquilo que mais ama!
- É receber um salário baixo, porque o "mercado clandestino" e a picaretagem lhe obrigam a reduzir o valor do seu trabalho.
- É ser o centro das atenções e emocionar as pessoas!
- É sentir que algumas vezes você e o seu trabalho valem menos que um arranjo de flores de altar de igreja ou cerimônias.
- É receber o aplauso caloroso das multidões!
- É tocar com todo o seu amor e ter que se esforçar para não perder a concentração diante das conversas e ruídos por parte de pessoas mal-educadas da platéia.
- É ter a convicção de que a MÚSICA é um poderoso meio de transformação e cura das mazelas do mundo!
- É saber que esse poder não é reconhecido por boa parte de gestores e governantes insensíveis que consideram a música apenas um passatempo e um lazer como qualquer outro.
- É escrever centenas de rascunhos antes de aprontar uma obra.
- É ter que estabelecer um preço para algo que não tem preço.
- É compor aquilo que a sua alma não consegue expressar em palavras!
- É trabalhar enquanto as demais pessoas descansam.
- É compor uma sinfonia completamente surdo!
- É compor obras que persistem no tempo!
- É ser a ponte entre a criatura e o criador!
- É compor aquela trilha que faz A DIFERENÇA no filme, no teatro, no comercial...
- É mexer com o elemento principal e indispensável para a dança.
- É ser um eterno aprendiz e aceitar que SEMPRE haverá alguém para lhe acrescentar algo novo na sua bagagem musical!
- É aquele que encontra na Música a paz e a serenidade para a sua inquietação!
- É aquele que estando com a Música, nunca está só!
- É aquele que alimenta e conforta a alma dos irmãos!
- É aquele que vê nas lágrimas e nos brilhos dos olhos dos ouvintes a sua maior recompensa!
- Ser músico é alimentar diariamente a eterna e pura criança que somos!
Alguns de nós -
E agora; uma homenagem a 6 dos maiores nomes da Música Brasileira. Zeca Pagodinho e Marisa Monte interpretam a belíssima canção dos geniais Cartola e Candeia, acompanhados pelos não menos geniais Yamandu Costa e Hamilton de Holanda...
Frejat sempre gostou de música desde pequeno. Quando tinha seis, sete anos, comprou seus primeiros discos. No início, ouvia Beatles e Roberto Carlos, Simon and Garfunkel, Nat King Cole, João Gilberto e Tchaicovsky , influenciado pela coleção de seus pais. Aos dez anos começou a ter aula de violão com um professor que, segundo ele, era um “chato”. Desestimulado, deixou o instrumento encostado num canto do seu quarto durante quatro anos.
Até os 13, só ouvia basicamente rock’n’roll: Deep Purple, Led Zepellin, Beatles, progressivos… Quando começou a ir aos shows de grupos de rock, via os caras tocando na sua frente e quis fazer aquilo. Quando chegou aos 14, ainda muito fissurado em música, voltou a ter aulas de violão. A partir daí começou a se interessar por música brasileira: Noel Rosa, Chico Buarque, Cartola, Novos Baianos, Mutantes… Alguns meses depois resolveu aprender a tocar guitarra e começou a ter aulas com Gaetano Gallifi, seu “mentor”. Frejat sempre soube que queria ser músico. Para ele, música não era apenas um passatempo, ali estava o seu futuro.
Quando convidado a ensaiar com o Barão Vermelho tinha 19 anos e imediatamente percebeu que aquelas pessoas ensaiando todo dia, com vontade de deixar a música pronta, era exatamente o que estava procurando.
Fisgado pelo Barão, formado aquela altura por Mauricio Barros, Dé Palmeira e Guto Goffi, Frejat logo encontrou afinidades para compor com Cazuza – o último a entrar no grupo. A parceria deu personalidade autoral à banda e é uma das mais ricas da música brasileira.
Em 1985, depois do histórico show no Rock in Rio I, seu parceiro partiu para carreira solo. Coube a Frejat se tornar o vocalista do grupo. Sem a menor ideia do tamanho do desafio, sua maior preocupação era fazer aquele barco continuar a navegar.
A carreira de intérprete começou no disco “Declare Guerra”. De lá até o “MTV Ao Vivo”, último lançamento do Barão, foram 12 álbuns. Compositor e guitarrista reconhecido, recebeu com a banda os prêmios Sharp de melhor grupo Pop/Rock de 1990, 1992, 1994 e 1996 e um Video Music Brasil, além de uma indicação ao Grammy Latino.
Em 2001, o Barão Vermelho resolveu parar suas atividades temporariamente. Era a oportunidade para Frejat multiplicar seu talento, sem as amarras que às vezes o trabalho em uma banda cria, abrindo assim seu leque de parceiros, com novos músicos e outras formas de lidar com sua criação.
O disco “Amor Pra Recomeçar”, lançado no mesmo ano e produzido por Tom Capone, Mauricio Barros e Max de Castro, foi o primeiro passo. Além da música-título, “Homem Não Chora” e “Segredos” foram bem executadas nas rádios.
Por seu clipe de animação,“Segredos” ganhou os prêmios VMB 2002 da MTV e o prêmio do canal Multishow em 2003. “Amor Pra Recomeçar” conquistou disco de ouro e Frejat foi convidado a abrir os shows do cantor Eric Clapton no Brasil. O intérprete Frejat consolidava-se de vez.
Devido à ótima repercussão do primeiro disco, Frejat partiu para um novo projeto solo. Assim nasceu “Sobre Nós 2 E O Resto do Mundo”. Lançado em 2003, com produção de Tom Capone e Mauricio Barros, se destacaram “Eu Preciso Te Tirar do Sério”, sucesso nas rádios e TVs, “50 Receitas” e “Túnel do Tempo”, que ganhou um novo clipe de animação.
Nesse ano, foi indicado em duas categorias ao Grammy Latino e fez uma apresentação marcante com cinco guitarras no palco do VMB 2003.
Durante toda sua carreira Frejat abriu opções para sua criatividade e experiência com a música. Em 1989 produziu o disco da banda punk paulista Inocentes. Seis anos mais tarde em 1995 ,foi o produtor musical do primeiro cd-tributo em homenagem a Roberto Carlos, “Rei”, convidando artistas consagrados e outros que despontavam na época como Chico Science e Nação Zumbi, e Skank. No ano seguinte produziu o cd do grupo pernambucano Jorge Cabeleira e o dia em que seremos todos inúteis.
Em 2004, junto com Mauricio Barros, fez a direção musical e compôs a música incidental da trilha sonora do filme “Mais Uma Vez Amor”, estrelado por Juliana Paes e Dan Stulbach, e dirigido por Rosane Svartman.
Frejat também atuou como músico, gravando trilhas sonoras e participando de discos de muitos colegas como Cássia Eller, Gal Costa, Dalto, Simone, Fundo de quintal e Evandro Mesquita. Como compositor, tem uma extensa lista de parceiros: além de Cazuza, Arnaldo Antunes, Luís Melodia, Wally Salomão,Jorge Salomão, Chacal, Gabriel O Pensador, Dulce Quental, Evandro Mesquita, Marisa Monte, Leoni, Lenine, Mauro Santa Cecília, Humberto Effe, Erasmo Carlos, entre tantos outros.
Parecia que chegava a hora de se dedicar mais uma vez a banda fundamental para sua carreira, chegava novamente a hora do Barão Vermelho. Em 2004, o grupo retornou aos trabalhos lançando o disco “Barão Vermelho”. Um ano depois, Frejat gravou com a banda o aguardado “MTV Ao Vivo”. Músicas na rádio e na TV, shows, disco de ouro, platina, enfim, tudo aquilo que se espera de um grupo como o Barão.
Durante os anos de 2005 e 2006, Frejat apresentou duas temporadas do Claro Que É Rock, programa exibido pelo canal Multishow, que unia diferentes gerações da música nacional em entrevistas e jam sessions.
Em 2007, os barões deram mais uma parada para tocar em frente seus projetos individuais. Novamente Frejat juntou sua banda de apoio formada por Billy Brandão (guitarra), Mauricio Barros (teclados), Marcelinho da Costa (bateria) e Bruno Migliari (baixo), para shows pelo país na turnê “Prefácio”.
Um dos destaques foi a releitura de “Carinhoso”, de Pixinguinha, gravada originalmente para a campanha publicitária do Café Três Corações e que seguiu com sucesso no repertório até a turnê seguinte.
Em 2008, a vontade de fazer algo que fosse um passo além dos trabalhos anteriores fez com que Frejat procurasse novos parceiros. Surgiram parcerias com Zé Ramalho, com o rapper Gustavo Back Alien, Zeca Baleiro, Martha Medeiros, Paulo Ricardo e Flávio Oliveira, sem esquecer dos parceirões de sempre Mauro Sta. Cecília, Alvin L., Mauricio Barros e Leoni. O resultado é “Intimidade Entre Estranhos”, um álbum heterogêneo, apontando para vários caminhos onde a unidade é o próprio Frejat.
O cantor chegou mais uma vez às rádios com as músicas “Eu Não Quero Brigar Mais Não”, “Dois Lados” e “Nada Além”, as duas últimas incluídas nas trilhas sonoras das novelas “Beleza Pura” e “Caras Bocas”, da TV Globo. A faixa “Tudo de Bom” também foi bastante executada e contou na gravação com as guitarras do filho Rafael, que chegou a tocar a música ao vivo com o pai em diversos shows.
No final de 2010, Frejat regravou com Edgar Scandurra o jingle “No Silêncio de Um Chevrolet” para a campanha do Chevrolet Camaro, e no começo de 2011 teve seu nome confirmado na lista de atrações do Rock In Rio 4.
Após quase 3 anos na estrada e tendo percorrido todo o país, a turnê “Intimidade Entre Estranhos” cedeu lugar “A Tal Felicidade” em julho de 2011.
O nome da turnê foi inspirado num trecho de “A Felicidade Bate À Sua Porta”, canção de Gonzaguinha, imortalizada pelas Frenéticas, que Frejat regravou e disponibilizou para os fãs em seu site.
O show apresentou canções de outros autores que ele sempre gostou e que sempre quis cantar ao vivo. Além de sucessos de sua carreira solo e do Barão Vermelho, entraram no repertório músicas de Caetano Veloso, Tim Maia, Gilberto Gil, Paralamas do Sucesso, Legião Urbana, entre outros.
Na noite de 1º de outubro de 2011, Frejat se apresentou pela primeira vez solo no palco do Rock in Rio. O show virou DVD – o primeiro registro oficial em vídeo de sua carreira – e um CD ao vivo.
Acompanhado por um coro de 100 mil vozes, ele viveu mais um momento inesquecível no palco do festival quando contou com a participação de seu filho Rafael, então com 15 anos, que solou como um guitarrista experiente nas canções “Malandragem” e “Amor Pra Recomeçar”.
Sucesso de público e de crítica, “A Tal da Felicidade” percorreu o Brasil por pouco mais de dois anos.
Sem lançar material inédito desde o “Intimidade Entre Estranhos”, em 2013 Frejat presenteou os fãs com uma nova música, a dançante “O Amor é Quente”, que foi lançada no iTunes junto com outra faixa, a também inédita“Me Perdoa” em parceria com George Israel e Mauro Santa Cecilia.
Composta em parceria com Maurício Barros e Fausto Fawcett, “O Amor é Quente” é um rock que traz na letra um firme posicionamento diante da intensidade do fim de uma relação.
Hora de ir para a estrada novamente! Mantendo o clima e o conceito festeiro da turnê anterior, Frejat montou um novo show, com novas luzes, cenários e figurinos.
A turnê “O Amor é Quente” estreou com pé direito no palco do Rock in Rio, abrindo a noite de 20 de setembro de 2013. Com releituras de Titãs, Roberto Carlos, Tim Maia, Caetano Veloso, entre outros, a apresentação colocou o público para dançar e cantar junto, e foi aclamada pela crítica.
Após o festival, Frejat levou “O Amor é Quente” para a estrada e, desde então, tem percorrido o país sempre com a promessa de não deixar ninguém parado!
*Contém trechos escritos por Humberto Effe.