"Nunca vi tanta dor em minha vida", diz psicólogo sobre John Lennon.
Todos lembram do John Lennon criativo, revolucionário, idealista, sonhador - mas o que ninguém sabe é que esse homem no fundo era profundamente infeliz. Quem conta é Arthur Janov, psicólogo de 88 anos, fala mansa e baixa, Ph.D em psicologia pela Universidade da Califórnia, extremamente sensível e competente, com 11 livros escritos, que tratou Lennon
por longo tempo (tratou também Steve Jobs, outra pessoa com muitas dores de alma, mas sobre isso falaremos noutra oportunidade.) Segundo Janov, doenças e neuroses são resultados de dores reprimidas sobretudo na infância e no parto. A solução, ele diz, é reviver a dor e chorar tudo que tiver de ser chorado. "Toda a dor de não ter sido amado quando criança fica gravada no cérebro, nos músculos, nos ossos, na alma. Ela nunca vai embora, só pode ser amenizada", contou. Se não fosse pela terapia, o mundo não teria visto um dos álbuns mais pessoais e intensos do rock, "John Lennon/Plastic Ono Band", a estreia solo do ex-Beatle, de 1970, escrito durante o tempo em que ele se tratou com o psicólogo californiano.
Lennon sofrido
"Nunca vi tanta dor em toda minha vida", conta Janov sobre Lennon, abandonado pelos pais e criado por uma tia. "Ele me mandou o disco assim que ficou pronto e eu toquei para um grupo de pacientes. Todos se emocionaram, começaram a chorar, porque o álbum falou para suas almas. Foi impressionante. A partir das conversas entre Lennon e eu, ele escreveu o álbum. Uma vez, perguntou sobre religião e eu disse: "Quanto mais dor você sente, mais precisa acreditar na religião. Virou a canção "God".
Duas canções viscerais de John Lennon: Mother e God
Mother
God